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10.10.08

O Véu de Aurélio

por maelstrom5


Onde é minha moradia? Onde nem eu nem tu estejamos.

Onde está meu fim último ao qual devo chegar?

Lá onde nenhum fim se encontra. Então para onde me voltar?

Devo tender para além de Deus, para um deserto.

-Angelus Silesius,

“O Peregrino Querubínico”.



Toda a existência da linguagem está baseada em dualidades simbólicas: vida/morte, bem/mal, eu/isso, prazer/dor. Estes pólos opostos são mutuamente referentes, validando-se em um relação de reciprocidade. Muito embora os símbolos mereçam ser celebrados (e não obedecidos), não é proveitoso esquecer que sua finalidade mais importante é apontar para a sua própria superação no que alguns chamaram de união dos opostos.

Os símbolos não são a realidade para que apontam, o mapa certamente não é o território. A linguagem, que é composta de símbolos, é uma espécie de cercado auto-referencial e os jogos e discussões sutis que enseja só fazem sentido dentro do seu próprio conjunto de regras. Entretanto, a realidade, violenta por natureza, tem o poder de passar ao largo destas regras auto-referenciais, inundando o cercado da linguagem com suas sensualidades e circunvoluções muito mais plenas, fluidas e caóticas do que faria supor a mera assimilação automática das palavras.

Há um desvão (outros prefeririam falar em abismo de misericórdia, vazio, silêncio) entre o regramento da linguagem e a realidade. Este limiar é inicialmente imperceptível, pois para cada objeto no mundo parece corresponder uma palavra e vice-versa. Mas é justamente esta pressuposição de que cada objeto é uma palavra que constitui o erro, o fundamento próprio da ilusão. A “teia” linguística assim formada e cada palavra que a integra, interpõe uma espécie de membrana que entope a passagem para uma intuição mais essencial e iminente da realidade.

Levando em consideração que as palavras não são a própria realidade para que apontam, a palavra Deus, por exemplo, tem o condão de hipnotizar a mente e chega mesmo a esconder uma realidade que sim, poderia ser chamada de Deus, mas é uma realidade tão viva, presente e complexa em seus relevos, nuances, territórios, vãos, desvãos, peculiaridades, carnes, veias, artérias, acidentes geográficos, enfim uma realidade tão iminente que seria um atentado colocar em discussão a existência ou não de Deus. A iminência é toda o máximo da expressividade. O mais longe que se pode chegar com este tipo de discussão é à conclusão pela existência ou não de um símbolo, de uma palavra: neste caso a palavra Deus. Cai por terra a discussão se Deus existe porque a própria realidade para que aponta a discussão a repele. A repele justamente porque é a realidade e não o instrumento, ou o cercado de regras que aludem mais ou menos arbitrariamente para a realidade.

Ao se colocar em relevo a realidade para que aponta a discussão se Deus existe ou não, não se quer em absoluto dizer que esta realidade é Deus. Dizer que esta realidade é Deus é dizer que esta realidade é uma palavra, é dizer em outros termos que o dedo que aponta para a lua é a lua. Neste sentido Deus não existe como também não existem quaisquer outras palavras ou conjunto de palavras enquanto realidades fora de seu próprio sistema auto-referencial: morte, vida, amor, medo, “o livro está sobre a mesa”, etc.

Por analogia, todas as demais categorias caem, dissolvem-se, relativizam-se frente a transcendência dos opostos. Tornam-se sem importância as grandes questões como vida depois da morte, bem como o próprio dualismo vida/morte, a questão do bem/mal, o dualismo entre sujeito e objeto, prazer e dor. A melhor resposta para as indagações que se refiram a estas questões é a dissolução natural da própria pergunta, que se dá ante a iminência absoluta do silêncio.

2 comentários:

Don Guakito disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

Don Guakito disse...

Este comentário foi removido pelo autor.