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“Everyone carries a piece of the puzzle. Nobody comes into your life by mere coincidence. Trust your instincts. Do the unexpected. Find THE OTHERS”
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“Welcome to the most ancient conspiracy on the planet. We’ve gone for so long now that we don’t remember what we were doing, but we don’t want to stop because we have nothing better to do.” - Fire Elemental

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21.12.04

A ORDEM UNIVERSAL DO INCONTESTÁVEL INCALSTRO DEPURACIÒ

Reconhecida escola filosófica-religiosa criada no ano de 23.000 AC na distante Érpide (atual Egito) por Deus em pessoa.
Desde então seus ensinamentos resistem intocados e imutáveis por todos esses séculos, agregando discípulos, iniciados e ortodoxos-flexíveis nos quatro cantos do mundo. Tais ensinamentos são transmitidos através das Três Grandes Chaves: os Mistérios de Eleusis, os Mistérios de Lindomar e os Mistérios de Décius.

Primeira Grande Chave: Os Mistérios de Eleusis

Aqui começa a grande jornada do iniciado.
Nessa Grande Chave, o iniciado é apresentado aos Mistérios de Eleusis em sua totalidade (cujo conteúdo não pode ser divulgado aqui). Esta fase dura três meses de ininterrupta delegação do conhecimento em um nível básico e leve, pois no começo, “tudo é impossível de se entender”, como dizia o Grande Mestre Adohp.
Logo após a apreciação final e de perceber as grandes diferenças, é mostrado ao iniciado os Dezesseis Meses do Bazanza, período onde haviam celebrações de cunho espiritual totalitário e seus iniciados bebiam uma poção milagrosa que os permitiam chegar ao Bazanza Supremo em poucos minutos. Nos tempos atuais, essa poção existe em uma forma somente reconhecida pelos depuracionistas. No mercado tradicional, é vista apenas como uma simples cerveja: Kaiser Summer. Durante os dezesseis Meses de Bazanza, o iniciado celebra os signos correspondentes a cada mês depuracionista sempre sorvendo do Santo Líquido Que Se Liquefaz (Kaiser Summer). A seguir os 16 meses, seus respectivos signos e significados:

Janeiro - Anigav , A Grande Mãe. Celebra-se o Engravidar dos Puros.
Fevereiro –Avluv, mês das águas. Celebra-se o Umidificar dos Eixos .
Março – Adnub, onde é celebrado o Mistério de Uc, que é um Sub-Signo de Adnub.
Abril – Assip, O Grande Pai. Celebra-se a Virilidade Mor.
Maio – Atehnup, mês da reflexão. Celebra-se o onanismo desenfreado.
Junho – Arrop, Distribuição da Vida. Celebra-se o Leite de Minhápica.
Julho – Am Gems, A Grande Limpeza. Celebra-se o Odor Supremo.
Agosto – Aciríris, O Grande Toque. Celebra-se somente às sextas.
Setembro – Atup, A Grande Questão. Celebra-se todas as perguntas do mundo.
Outubro – Adrem, O Mês Nefasto. Celebra-se a Verdade do Outro.
Novembro – Adnused’Ailatineg, O Mês do Desencontro. Não se celebra nada porque nunca se encontram. Expressamente proibido.
Dezembro – Adohp, O Grande Conhecer. Celebra-se o Perecer do fauno.
Mês Omlet, o grande juízo.
Mês Ocram, o informador.
Mês Naibaf, a grande cruzada.
Mês Oibaf, enfim o lar.

Feito todos os meses e suas celebrações. O iniciado passa à segunda fase da primeira Grande Chave, que é a

Reconstrução Pessoal

Onde toda a vida do iniciado é contada a partir dos dezesseis anos de idade e sua pessoa é reabilitada para o bem eterno.
Depois disso, vem a última fase da primeira Grande Chave que é a chamada

Eternas Lágrimas.

Nessa fase o iniciado lamenta por não quatorze, nem dezessete, mas dezesseis dias e dezesseis noites determinadas situações que são divididas em não treze, nem dez, mas dezesseis sub-classes de informações indivisíveis, mas visíveis e impertinentes a ele e ao clero depuracionista.
Ao terminar exitosamente essa fase (mas somente exitosamente) o iniciado receberá o título de Eleusiano em Desabuso e completará a Primeira Grande Chave do Incalstro Depuraciò. Imediatamente é passado para a ...

Segunda Grande Chave: Os Mistérios De Lindomar

Aqui as fontes que informaram o iniciado por toda a chave anterior são reveladas e o iniciado fecha um pacto chamado Pacto de Âmber, que faz com que o já Eleusiano em Desabuso seja imolado caso toda e qualquer informação passada a ele na Chave anterior e em todas as Chaves seja revelada para os impuros (pessoas não depuracionistas). O Pacto de Âmber consiste em uma celebração arcaica e secular que tem como ápice a Leitura de Melzedeque, ou seja, o iniciado é colocado em um altar lúdico de mármore medieval sagrado ao centro do Miasma (templo depuracionista) e este lê as passagens de Curió como segue:
“Ao indulto prestigiado e aclamado
Me suporto apenas em dois pés.
E peço encarecidamente
Que me responda sem interferir nas páginas (todos: Amém Abijhr)
E, se, sem querer, ao Mestre passar,
Que seja lindo.”

Neste emocionante momento, o iniciado passa imediatamente à fase de 3 Anos de Poder, onde lhe é oferecido um cargo de poder, muito importante em alguma companhia, empresa ou força armada (o iniciado escolhe). E este tem que exercer o cargo com toda a sua plenitude sem desperdiçar o dinheiro ganho em bobagens.
Ao concluir com êxito a fase acima citada, o iniciado entra imediatamente no Desvio Proposital, uma fase onde o novo depuracionista esquece propositalmente todos os ensinamentos das Grandes Chaves até então e viaja para um país oriental para se envolver em orgias infindáveis por 16 dias e 16 noites.
Imediatamente após isso, o iniciado entra na última fase dessa Grande Chave que é a chamada Eternos Prazeres, onde a ele é apresentado 16 moças de 16 anos com as quais permanecerá em concubinato por 16 meses. Nesse período o novo depuracionista deve ter relacionamento sexual com duas por noite e faze-las chegar ao orgasmo não é necessário.

Terceira Grande Chave: Os Mistérios de Décius

Enfim a última grande (a maior de todas) Chave da Ordem Universal do Incontestável Incalstro Depuraciò. A partir dessa Chave, o agora entitulado Eleusiano Libertador já pode começar a passar o conhecimento nas primeiras duas Chaves aos novos iniciados. Passa a ser um Depuracionista Didático.
Imediatamente vai para a fase mais demorada de todo processo de iniciação, que é a chamada Decênio do Desperdício, onde o iniciado passa pelo período não de 9, nem de 11, mas de dez anos gastando como perdulário tudo aquilo que conseguiu nos 3 anos de poder da Chave anterior. Nesse período o iniciado não terá apoio ou subsídio da família depuracionista. Muito menos será reconhecido e sempre terá sua participação negada pelos irmãos depuracionistas. Todo e qualquer envolvimento com o movimento será negado pela Grande Ordem em qualquer momento nesse decênio.
Após o término desse difícil processo, o iniciado será recolhido onde estiver e entrará na fase do Processo Diferencial, onde participa como Mestre Recolhido nas celebrações dos dezesseis Meses do Bazanza.
Daí, finalmente, o iniciado entra na fase da Confirmação Plena, onde lhe é passado o título de Il Supro Longânime Di Orden , a plenitude total, o nirvana ideal, o paraíso, o Buda, o Cristo Ideal, o Krishna Fundamental. A ele é oferecido tudo e todos. Pode agora o ISLDO ter todo o respeito e todas as honras da Santa Ordem.
Bazanza


Literatura
O Livro das Horas
Il Grand Libro Di Precsi Per Celebraciò
O Livro da Culinária Depuracionista
Incalstro Revelaciò
O Verdadeiro Evangelho Segundo Susej Bazanza
Entrevista com Deus (45 volumes)
O Livro de Bazanza
Os Dezesseis Meses do Bazanza
Érpide no Ano 23.000 A/C
Anni Suna Il Vieri Per Ostensòriò
O Sexo Segundo os Longânimes

30.11.04

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"É provável que as probabilidades sejam improváveis." - Diácono Parrachiano Fernando



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19.11.04

Sindicato dos Messias

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Apresentação

O Sindicato dos Messias é uma tradicional sociedade de Messias, Profetas, Avatares e Deuses, que remonta, neste plano, aos tempos de antes do Grande Uósh que escaramurfou as Formas de Vida Errantes da Terra. Fora deste Universo o Sindicato dos Messias existe desde antes do ínicio do Tempo como o conhecemos, e mesmo antes do surgimento do Primeiro Deus, sendo que os registros mais antigos remontam ao tempo em que nem o Nada existia ainda, só havia o conceito idealizado do Sindicato dos Messias, e mais um bando de idéias bizarras boiando num mar de Coisas Inexistentes Inimagináveis.

Saudade

"Dizem as lendas, que tempos atrás, num lugar distante, vivia um Messias pequenino e infeliz, numa casinha de madeira, junto com sua Sagrada Mãe, e seu Abençoado Pai.
Ao completar 9 anos e 4 meses de idade, deprimido, resolveu fugir de casa. Pegou aquilo que lhe era mais precioso antes de sair : As Santas Escrituras Sagradas, que o Senhor Pai de Tudo que Há e Haverá, Lorde da Luz Apaziguante, Mestre da Canção Violeta, Deus Único e Soberano, Pai dos Homens da Terra, dos Ursos da Floresta, e dos Arenques no Oceano (Louvado 41 vezes seja) havia feito os seus Anjos Avatares entregarem a seus pais humanos por ocasião de Sua vinda à Terra. Incluindo a Certidão de Nascimento de Messias, as Santas Escrituras destinadas a serem entregues aos Seus Apóstolos quando crescesse, e o Certificado de Garantia de Messias, garantindo troca em caso de defeito de fabricação do Filho do Senhor, se reclamado em até 2500 anos ou 145 milagres.
Fugiu então pelos campos, não correndo, mas voando, porque ele não era um pacóvio, e roubara também a montaria alada dada a seu Santo Pai (humano), pelo seu Eterno Pai (Senhor da Canção Violeta) em sua juventude. Ao cair da primeira noite, o jovem Príncipe dos Imortais sobrevoava uma floresta 5 reinos além de sua modesta casa.
Resolveu o Messiaszinho pernoitar no Verde abaixo, e fez descer sua Santa Montaria. Olhou em volta e não gostou do que viu, achando a Floresta deprimente. Disse então o jovem Avatar :
-Deixe As Folhas Serem Vermelhas - e as folhas mudaram de cor, pois a Fúria do Senhor recairá sobre quem desrespeitar Seu Enviado, e de medo os Espíritos da Floresta pintaram cada folha de cada árvore de toda a floresta ao redor do mais puro vermelho. E por causa desta noite, as esposas dos Espíritos da Floresta ficaram 5 séculos, 5 anos e 25 semanas sem esmalte de unha.

O Filhote de Deus resolveu permanecer na Floresta Vermelha, enquanto fosse o tempo de sua vida antes de ter que reunir seus Apóstolos e espalhar a Verdade e a Fé em seu Pai pelos quatro cantos e pelo meio do mundo. E assim, 25 anos passou o Messias na Floresta Vermelha, que se tornou Amarela, depois Branca, e por fim Negra, e cresceu amigo dos Ursos, dos Coelhos e das Formigas que ali moravam. Mas enfurecidos ficaram os Espíritos da Floresta, sem mais gema de ovos, pasta de dente e carvão para fazer churrasco. E resolveram cultivar essa fúria e faze-la crescer.
O Messias em fim saiu da Floresta, e em 23 anos juntou 55 apóstolos, que juntos pregaram a Fé e assistiram aos milagres. E juntos escreveram o Livro Sagrado da Canção Violeta, destinado a guiar os humanos enquanto houvesse um pensamento em suas mentes. E como combinado, martirizado foi o Messias ao fim de suas Pregações, preso a um Pentagrama foi jogado pela borda do mundo, condenado a Cair até o final dos tempos.
Tudo parecia bem, até o dia em que os Espíritos da Floresta, Irados com o Senhor dos humanos e com o que Seu Messias lhes tinha feito, saíram da Floresta Negra, em Guerra contra os humanos, e em sua cruzada insana Destruíam tudo o que havia pela frente : Casas, plantações, mulheres com bebês, carrinhos, animais de carga, flores, castelos, cidades, montanhas e pedras. Nem mesmo os grãos de areia foram poupados.
Ao fim de 5500 anos de Guerra Ensandecida, os Espíritos da Floresta Negra haviam destruído TUDO o que havia, e então destruíram a si próprios, restando NADA para contar a história. Quer dizer, Nada e o Senhor de Tudo o Que Há, pois este não pode ser destruído.
Notando o estado de Sua Criação, o Mestre da Canção Violeta ponderou, e por fim disse -
- Desta vez foi tudo muito rápido. Comecemos de novo. Haja Luz!
E a Luz foi feita. Mais uma vez!

O Sindicato Dos Messias decreta por direito Papal que este documento obedece aos preceitos do Principia Discordia, respeitando inclusive ao Pentabarf, em toda a sua extensão. All hail Discordia!"

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"Cumprindo o papel de divulgador de pequenos deuses que o Sindicato dos Messias se propõe, trazemos a público o Texto Sagrado da Existência Por Mervatoh, poderoso DEUS, senhor das trevas e da luz, lorde do subir e descer, avatar do Criador MAIOR, conforme entregue a nós pelo membro Gneizt Werlatheus, ex-messias de Mervatoh entre os humanos da Terra; atualmente desempregado e usando os recursos do fundo emergêncial para Messias do Sindicato do Messias:

Gênesis Mervatohniana

No príncipio, estava escuro, e as pessoas não enxergavam onde iam, sempre trombando umas nas outras. Mervatoh olhou, e achou que isso era ruim. Assim Mervatoh teve a idéia de criar a Luz, e usando suas habilidades de onipotência, caracteristicas às divindades de sua classe, Mervatoh fez então a Luz!
Notou, em seguida Mervatoh, que continuava escuro, embora tivesse criado a luz, então resolveu preencher o universo com estrelas e planetas, para que a luz tivesse onde ser emitida e refletida. Mervatoh então viu o que fez, e chamou o vizinho Multaklar (Senhor do Tempo, Pai dos Ventos da Mudança, e cunhado da Morte) para olhar.
Multaklar veio, viu as estrelas os planetas e a luz, e gostou tanto que resolveu criar um conjunto igual para si, ao lado das coisas de Mervatoh.
Depois que Multaklar voltou para casa, para cuidar de seus próprios afazeres, Mervatoh continuou sus obra divina, e como de praxe, criou os Oceanos, as Florestas, e fez os peixes e os animais, e a por fim o Homem e a Mulher, e populou então seu universo.

Apocalipse Mervatoh-Multaklariano

E após eras de existência do pacifico Mundo de Mervatoh, onde em milhares de mundos originalmente populados por humanos, existiam alguns ainda com restos degenerados de civilização, onde os incompetentes não conseguiram nem se auto-destruir direito, Mervatoh que hibernava tranquilamente foi acordado por um berro. Era Multaklar, que voltava furioso, clamando vingança pois em seu Mundo, as coisas não iam tão bem :
-Tu me deste a idéia de popular minha morada com seres feitos a nossa imagem e semelhança, mas imperfeitos, para que pudesse obseva-los em seus conflitos e me entreter. Mas olhai hoje!! Em algum ponto, humanos não se mataram, mas procuraram uma forma de chegar a perfeição, e agora querem tomar nosso lugar.
-Por Jagiytobiran, isso nunca deveria ter acontecido. Como permitiste?
-Cochilei, oras!
-Apreça-te, vamos varre-los da existência antes que tentem pegar nosso lug...."

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Novos Mandamentos
Decreto Sindical 666/98/01

É sob os desígnios das altas esferas celestiais, sob o mando e jugo das Altas Criações Celestes, com a graça divina a nós outorgada, do alto dos Tronos Celestiais que decretamos o que segue:

1 – É bem verdade que nos últimos tempos a humanidade tem se preocupado em obedecer aos 10 mandamentos passados à Moisés (Messias 666-055-MSS);

2 – É bem verdade que esses mesmos mandamentos tem estado em obsolescência já há algum tempo;

3 – Então é chegada a hora de que esses se atualizem, de forma que a raça humana, como vassalos dos Deuses se aprimore ainda mais para o bem maior da perfeita glória do Universo;

4 – Saibam pois vós todos por este decreto dos novos mandamentos que são:

1 – Não colocaras pasta de dente de volta no tubo;
2 – Tentarás com todas as tuas forças e todo o tempo incessantemente, a sublime façanha de desistir de desistir;
3 – Não usarás de catchup nas Pizzas abençoadas pelos Deuses (que são todas)
4 – Ao ser atacado por uma matilha de cães famintos, gritaras por socorro de teus irmãos humanos.
5 – Evitarás que sejam feitos clones teus por cientistas loucos que querem dominar o mundo com um exército de clones de pessoas medianas.
6 – Não comerás de beterrabas albinas mutantes;
8 – Evitarás o número 7;
9 – Tomates Assassinos são seus amigos;
10 – Não dirás, nem escreverás, nem comunicarás a teu próximo, por qualquer meio escrito ou sonoro, falado ou impresso instruções para que não se pise na grama.

Sendo o que se resolve por hora, que se cumpra.

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Ação Divina 666/095-008

Estava o fiel Zerik em meio à suas preces antes do almoço, rezando cuidadosamente aos Deuses sem as quais a refeição não seria possível : Joshew, Deus do Plantio , graças ao qual a vida podia ser semeada, Tinue, Deusa da germinação e da vida, necessária para o crescimento das plantas, Traumarfos, Deus da colheita, Portalis, Deusa do ferro, usado para fazer as panelas nas quais se cozinhava, e Juntak, Grande Deus do Fogo, sem o qual a comida ficaria fria, quando subitamente, Jimue, Deusa da chuva se manifestou.
Estava zangada, por ter sido esquecida durante os ritos de agradecimentos a refeição, e resolveu dar um basta àqueles que comiam felizes, sem a ela rezar. De que adianta Tinue, que faz as plantas germinarem, sem Jimue, que as faz crescer ?
Então, com o almoço frustrado e molhado, Zerik enviou um telegrama ao Messias de seu povo, Aquele Que Fala Com Os Deuses, o Imortal Truman, e tal foi a eloqüência de Zerik, que Truman (Messias nº666-055-f ) resolveu alterar os ritos de agradecimento à refeição, fazendo as devidas correções no Livro Sagrado do Povo de Zerik, e pedindo, com oferendas e rituais à GodEmberg, Deus da Impressão, e ShewRocks, Deus das múltiplas cópias, que atualizassem as cópias dos livros sagrados já impressas. E Jimue ficou contente e se acalmou, e depois de poucos dias as águas baixaram, e o chão secou, e Zerik pode retomar os preparativos para seu almoço.
Ao completar as preces que antecedem a refeição, foi a vez de Jultof, Deus das cadeiras, que se sentiu ofendido por não ser lembrado nas preces sagradas, e com inveja de Jimue, fez com que a cadeira onde Zerik se sentava quebrasse. Passou então Zerik a outra cadeira, que também se quebrou, até que não haviam mais cadeiras na cidade de Zerik, que furioso enviou um Fax a Truman, que novamente, providenciou a inclusão das preces a Jultof no livro Sagrado.
E assim passou o ano de Zerik, sempre a hora do almoço ofendendo a algum Deus, que não era citado no Livro sagrado, que vinha e destruía tudo que era relacionado a Ele, e Zerik escrevia a Truman, que, fazendo sacrifícios a GodEmberg e a ShewRocks, atualizava o livro Sagrado, e o ritual de antes das refeições aumentava mais para o povo de Zerik, e para os fiéis ao livro Sagrado.
E foi assim para Tyrat, Deus das mesas, e Muntror, Deus das portas, e para os Deuses dos talheres, dos pratos, dos guardanapos, das paredes, do teto, do piso, do fogão, do gás, do Céu e do próprio chão, ponto em que o povo de Zerik ficou em situação precária.
E enquanto caia indefinidamente devido a falta de chão, retirado pelo ofendido Deus Lagut, por não ser lembrado, Zerik usou de seu celular e telefonou a Truman. Desta vez, Truman irritado, resolveu incluir de uma vez TODOS os deuses no ritual antes das refeições.
Conta-se que até hoje Zerik e seu povo estão rezando para conseguir almoçar uma vez ao menos, sem ofender nenhum Deus, e agradecendo apropriadamente a todos.

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Ação Divina Ilegal 095/666-011

De : Observador Imparcial 666-055-002-Coruja
Para : Suprema Corte de Justiça Intercósmica Para Punições Divinas Moderadas do Sindicato dos Messias
Assunto : Reporte de ações Divinas Ilegais no Universo 666/456/123#31
Data : 8º Dia do Livro que Cai, Mês de Plurtrewek, Ano 2, Calendário Ghurkanista Verde Ortodoxo do Sul que Canta Ciranda Cirandinha

Salve Traufan,
em nome do nosso senhor Kiuxe VII, o Justo, e em honra ao Criador Temelian (#666-055-H), venho eu, mísero Messias Juiz/Observador/Delator #666-055-002-Coruja, no cumprimento da tarefa a mim designada, humildemente reportar uma ação ilegal (que Jiheoan me perdoe) por parte do Deus Trigon II, Senhor Onipotente e Onisciente, Criador dos Céus e Terras e dos Humanos e Peixes que habitavam a localização referida 666/456/123#31, doravante referido como Réu Trigon II.

É de conhecimento geral que o indivíduo Réu Trigon II havia se graduado recentemente na Universidade Messiânica de Trantor, onde havia adquirido o grau de Onisciência. Como não é incomum nestes casos, esta Sua nova característica Divina o deixou angustiado, e mentalmente instável, uma vez que, antes da Onisciência, o deus Réu costumava se distrair, em sua existência eterna, observando os pequenos conflitos entre os seres inteligentes nos diversos mundos habitados no universo 666/456/123#31. Com a advinda Onisciência, no entanto, esse passatempo, tão comum entre divindades-não-oniscientes que tem um universo a disposição, não fazia mais sentido, uma vez que Ele agora sabia exatamente o desfecho de cada conflito, até o mais mínimo detalhe.

Tentou então o Réu Trigon II achar outros passatempos, como Xadrez Divino de 9 Dimensões, mas novamente, a Onisciência lhe permitia prever todas as possibilidades da partida, antes mesmo de seu início.
Como de costume nestes casos, o Réu Trigon II se tornou uma divindade Mentalmente Instável, e do alto de sua Insanidade, sem mais nada fazer, se Auto-Destruiu, deixando o referido universo sem governo, e a mercê das forças do Caos (Messias #666-055-009). ë meu dever, enquanto observador apontar que, embora o Caos seja um Deus de primeira categoria, e excelente Divindade Tomadora de Conta de Universos Onde Humanos Guerreiam Entre Si, ao se Apagar da Existência, o póstumo Deus Eterno Onipotente Trigon II deixou de cumprir suas obrigações devidas ao título de "Eterno", além de abandonar toda sua Corte Celestial de Anjos, Santos, Almas, Avatares, Arcanjos, Profetas, Sub-Deuses, mais 4 Infernos com Demônios e almas penadas, que também estavam sob Seu controle, além é claro, de uma Multidão Incontável de Adoradores e Fiéis Mortais daquele Universo. Ficam portanto caracterizados contra o Réu Trigon II os crimes de Descumprimento de Título, e Abandono de Dependentes, que violam claramente várias das Não Escritas Leis Supremas para Divindades do Sindicato dos Messias.
Recomendo portanto, que o Réu seja Refeito a imagem e forma da Perfeição , exatamente como estava antes do Crime, e seja levado a julgamento pelo Santo Supra Divino Tribunal Messiânico o quanto antes.
Respeitosamente,
Turmi-Jiheoan,
Messias Vigia #666-055-002-Coruja

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Cerimônia de Casamento

de Acordo com a 5ª Ressurgência do Ghurkanismo Dançante do Sul-Facção Heterodoxa Tradicionalista Renovadora- 8ª Igreja do Ghurka Mandante

Ave Irmãos, Irmãs, hereges, andróides e pagãos aqui presentes! Viemos hoje aqui, para celebrar a Solene União dessas duas almas Gêmeas, perante a Glória, Esplendor e Arrogância do Altíssimo a Esquerda Ghurka, Perfeito Criador dos Seres Humanos, das Árvores e dos Repolhos.

Eu, usando do poder investido em mim pelo Papa Sacerdote Tradicionalista Oficial Pan-Ghurkanista, Entidade em Chefe de Uma Cabala Diteísta de Oração Suprema, Elevado que Fui a Condição de Sacerdote-Casamenteiro, Filho do Pai, Neto do Espírito e Irmão do Filho, pronunciarei agora os Antigos e Tradicionais Ritos de União do Ghurkanismo Dançante do Sul. Bem como os Juramentos de Casamento que os Noivos devem Assumir e Resguardar para o Restante de Suas Vidas Eternas junto ao Nosso Deus Ghurka, da Caldácia.

Temos aqui dois Jovens, cheios de Energia e mais uma ou outra substância estranha correndo nas veias, que querem estabelecer laços de Amor Eterno perante as Testemunhas aqui presentes, e perante a Sabedoria Suprema de Ghurka, o Divino, que usando de Sua Onipresença, se encontra aqui no meio de nós.

Vocês Noivos, Aceitam-se de Bom-Grado como companheiros Fiéis, em Espírito, Carne, Roupa e produção de Lixo, para Todo o Sempre, ou até a Cerimônia Sagrada de Divórcio, o que quer que venha antes?

Bem, não importa o que vocês digam. Estão aqui para serem casados e SERÃO, mesmo que não queiram. E agora, vocês devem confirmar os Santos juramentos que deverão Resguardar, mesmo sob o mais Terrível dos Temporais, Embaixo da Pior das Tempestades, No mais Lotado de Todos os ônibus, e mesmo na mais ensolarada e cheia Praia que jamais venham a ver no Seu Tempo de Casados.

Juram Amar ao Quase-Todo-Poderoso Ghurka Acima e ao Lado de Todas as Coisas, mesmo mais que vocês mesmos ?

Mas que tolos. E juram fazer todas as Preces Necessárias ao Ghurka Criador, conforme mandam os antigos e tradicionais ritos do Ghurkanismo Dançante do Sul, Facção Heterodoxa Tradicionalista Renovadora e da Oitava Igreja do Ghurka Mandante?

Vocês me tomam por Imbecil? Sei bem que Ninguém cumpre todos os Rituais diários. Não acredito em vocês, mas continuemos. Declaram para fins de Casamento estarem em dia com o Imposto de Renda, com as Parcelas do Papa Tudo de Natal, com o Aluguel, Água, Luz e Telefone?

Juram ainda, conforme os deveres dos bem casados sob os Bons Olhos de Ghurka, brigarem sempre depois de uma ano de casamento, desrespeitarem-se um ao outro mutuamente, discutirem sempre sobre quem vai lavar a louça, terem gostos radicalmente diferentes para os programas de TV e nunca chegar a consenso sem discussão?

Lembrem-se, vocês estão sendo casados sob o Ghurkanismo do Sul. Juram, portanto, perseguir e queimar na fogueira os Infiéis Hereges que Estropiaram as Tradições do Senhor Ghurka, e o Seguem pelos Ritos do Ghurkanismo Profano do Leste?

Prometem também Atirar em todos os que dizem adorar a Ghurka pelos ritos do Norte, profanando o bom nome do Senhor-Nosso-Deus Ghurka, e espalhando o Mal, a Corrupção e as Doenças por sobre a Terra?

Então, conforme mandam as Antigas e Tradicionais Leis da Ordem Dos Iniciados na Pura Ordem Ghurkanista do Sul, tendo os noivos prometendo Perseguição Eterna a todos os Infiéis, e estando os mesmos de acordo com os Antigos Rituais, Eu, por Decreto das Escrituras Sagradas do Ghurkanismo do Sul, conforme Descrito no Versículo 234, do Capítulo 32 do Quarto Livro do Profeta GipManeaeTheus, os consagro Casados, até que o Divórcio os separe.

Podem Voltar para a Festa, nas Graças de Ghurka, e do Sindicato dos Messias.

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Os Coelhos da páscoa respondem

Toda a sociedade de coelhos da Páscoa esta revoltada com os caminhos tomados pelos messias que estão debatendo sobre nós. Trabalhos elaborados por competentes profissionais chegam a conclusões diversas em relação a nossa existência.
Porem, por mais que se discuta, jamais alguém chegará a conclusão alguma. A abordagem do problema de nossa existência é completamente errónea. Nós, coelhos da Páscoa, não existimos. Porem, há exatamente 6,82 coelhos da Páscoa sobre a terra. Explica-se: jamais istimos. A verdade é uma só: Coelho da Páscoa aiste!
A aistência do coelho da Páscoa remonta a origem do inconsciente coletivo das mentes ANTIGAS. Somos arquetipos daqueles que estavam antes, desde a época em que não havia.
A Páscoa, entretanto, existe. Este hábito, aparentemente religioso, é um costume ecológico. No ano de 6234 a.C. (calendário cristão) a população de coelhos da Páscoa atingiu o alarmante número de 6,99 coelhos. Caso esta população continuasse crescendo o consumo superaria a capacidade de produção de cacau-cenoura de todos os pés deste fruto (2 no total). Como todos sabem, o cacau-cenoura é o único alimento para o coelho da Páscoa, e os pés de cacau-cenoura possuem taxa de crescimento zero.
Para evitar a extinção da espécie passamos a distribuir nossos ovos para a população judaica (a única que não comia carne de porco. Você já experimentou carne de porco com ovo de chocolate ?). Todavia não contávamos com o crescimento e expansão desse costume para a comunidade cristã. Para evitar um possível linchamento de coelhos da Páscoa por crianças desejosas de ovos tivemos que isolar todos os dois pés de cacau-cenoura e passar a protege-los, fazendo assim que seus frutos sejam exclusivos para o consumo de nossa espécie. Isto explica porque nenhum ser vivente jamais viu um coelho da Páscoa e jamais verá.
Quanto ao uso do diminutivo (coelhinho) se refere apenas aqueles que não nasceram e serão consumidos por humanos, e não a nós, entidades aistentes. Assim sendo, o coelhinho da Páscoa iste, e os coelhos da Páscoa aistem.
Esperamos com isto esclarecer toda e qualquer dúvida sobre nós, os coelhos.

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Pequenas Grandes Histórias de Grandes e Pequenos Messias

no 1 : Pegaram Jesus pra Cristo

Ano 4 A.C. . Uma época negra para humanidade . Toda a sociedade judaica aguardava a chegada de um único Cristo salvador . Jesus de Nazaré , o último messias de Baco , nasce , no dia 25 de dezembro . Sendo o último messias de Baco , é recebido nestas paragens com honras de chefe de estado celestial . Porem a agitação chama a atenção dos ávidos habitantes do local . Coitado de Jesus ...
4 anos depois nasce Emanuel Cristo , no ano 0 de nosso calendário . O ungido e salvador passa desapercebido na comunidade local , que ainda se recuperava do choque da morte do rei dos baixinhos , Herodes .
Ao atingir a maioridade espiritual , Jesus de Nazaré realiza seu primeiro milagre bacana . Ao transformar água em vinho , pretendia transformar a bodas de Canaã em um grande Bacanal . Não contava com o fato de não estar na Grécia ou em Roma .
Sua carreira messiânica foi marcada por uma grave crise de identidade . Inicialmente Jesus se confundiu com Brian ( messias de Pyton ) , porem , confuso e perturbado com a multidão que o seguia e admirado com as doações , Jesus , o primeiro messias ator da história , incorporou a missão de Cristo . Coitado de Jesus , não conhecia todos os detalhes das profecias ...
E assim se cumpriu a rima mais banal dos poetas que se acham cristãos . Jesus foi para cruz . Emanuel Cristo , que assistia a tudo esperando a sua vez ( o mercado estava sobregarregado ) percebeu a fria que era ser messias de um deus monoteísta e se encarregar de todos os pecados do mundo . Fundou então a associação dos messias ateus , associação a qual tem grande atividade no Sindicato .
Baco desperdiçou um messias de sua cota , e aguardamos ansiosos o próximo messias Bacana , que virá nas próximas eras .
Jeová , decepcionado com sua grave falha , não querendo admití-la , ainda se diz infalível . Porem o choque foi tão grande que enlouqueceu completamente .
É um caso típico de personalidade múltipla . Logo após a morte de Jesus e a desconversão de Cristo , sua mente doentia criou um certo Deus . Como se não bastasse esse Deus , fruto de uma mente neurótica e perturbada , possui personalidade tripla ( uma delas confusamente associada hora a Jesus , hora a Cristo ).
Com o avanço da patologia , criou mais um personagem , Alá . Atualmente se encontra em colapso mental , achando ser onipotente e onipresente , não realizando mais milagres de grande porte , nem nenhuma outra atividade divinal .

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Sindicato dos Messias, diretrizes de base :

A partir da data de hoje 08/Cnf/3161, calendário Erisiano,(02/Jun/1995, calendário Cristão) o Sindicato dos Messias, visando um melhor controle sobre as igrejas, Deuses, avatares, profetas e Messias por ele coordenados, outorga a criação das seguintes divisões departamentais autoritárias :

- D.D.D. * Divisão de Divindades Divinas :
Sob está sigla vamos coordenar as ações e cadastrar as divindades Verdadeiras, e com Grande poder. Bons exemplos deste tipo de divindade são Zeus, Ghurka, e Talhutzam;
Messias responsável : #666-003, Lord Darth Vader

- D.D.M.P. * Divisão desordenada de Messias Parciais :
Tratará das referências a todos os Messias, mortais, ou ex-mortais-a-pouco-tempo filiados a este Sindicato. Um bom exemplo são os Messias #666-011 até #666-023, e muitos outros, quer tenham ligações com divindades reais ou não.
Messias Responsável : #666-008, Papai Noel

- D.M.F.Q. * Departamento de Milagres de Fundo de Quintal :
Este departamento cuidará para que os Messias do tipo II, (os que não tem ligação com qualquer entidade sobrenatural, muito menos algo de natureza divina), a manter a atenção de seus fiéis, de forma que possam alcançar sua metas filosófic0-existênciais sem maiores problemas. (Normalmente, extrair GRANA dos fiéis, em ritual, do próprio Messias, de adoração ao Deus Capital)
Messias responsável : #666-071, João Paulo Segundo, Papa Discordianista e Papa Católico

-D.C.I.L.R.S.G. * Divisão de Conflitos Internos e Lavagem de Roupa Suja em Geral :
Resolverá de forma quase pacífica, e o menos manipuladora possível, os eventuais conflitos internos no Sindicato dos Messias (A parte de lavagem de roupas sujas), e criará pequenos atritos internos quando eventualmente não houver nenhum (A parte de Conflitos internos)
Messias Responsável * #666-055-A Kiuxe I

- C.C.R.D. * Comissão de Controle de Religiões Descontroladas
Mais importante, está tentará estudar as religiões que parecem estar escapando, ou já estão totalmente fora, do controle do Sindicato dos Messias, estudando seus Modus Operandi, e buscando seus pontos fracos, para que eventualmente possam ser erradicadas e/ou controladas. Devem operar com severidade, mantendo um controle restrito, especialmente sobre as religiões mais infecciosas. O atual desequilíbrio de fiéis neste Planeta (Terra, Ref. Sol III,nº 666-071/ABCD-xx-yy, 6º catálogo de mundos potencialmente catequizaveis, revisado pelo Sindicato dos Messias, Filial de Sirius VIII) sugere uma forte necessidade de investimentos em pessoal nesta comissão, bem como medidas drásticas e imediatas nesta área.

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Arquivo MORTO - Informação Confidencial - Documento nº666/096-002

Estavam os Deuses Onipotentes YHWH (ex-Messias #666-001) e Krsna (Messias #666-K-001) conversando, do alto da inpronunciabilidade de Seus nomes, numa mesa de Bar (Bar do Sindicato dos Messias, Ala de Divindades Onipotentes - Não, você não pode entrar ali - ) sobre as novidades do Plano Eterno e como vinham caminhando seus últimos projetos - Cada um deles tinha uns 2 ou 3 Universozinhos de 50 bilhões de Galáxias Recém Criadas dos quais esta classe de divindade sempre se orgulha. Pareciam crianças de 10 anos discutindo seus últimos projetos de Lego.

É claro que, enquanto jogavam conversa fora, se entretinham jogando Xadrez, Pôquer, Bridge, 5 ou 6 Vídeo Games, Futebol, Golfe, Luta de Liça e mais algumas centenas de outras coisas não familiares ao nosso povo da Terra, tudo ao mesmo tempo (é um dos pontos em Seres Oniscientes e Onipresentes), enquanto bebiam uns aperitivos. (Não, Messias não onipotentes NÃO PODEM nem chegar PERTO destes aperitivos).

E a conversa ia mais ou menos assim :

YHWH - Ouvi, ó Radiante Krsna, digo-vos que estes joguetes se tornam a cada hora mais entediantes. Poderíamos pensar em algo Novo, alguma coisa diferente...

Krsna - Também além dos Jogos, ó Altíssimo Senhor de Luz YHWH, a criação e administração de novos Universos torna-se a cada instante uma coisa mais chata, com tudo caminhando rapidamente a perfeição e harmonia absolutas, e as variações possíveis já se esgotaram a 2 eternidades.

YHWH - Estais, como SEMPRE, certo, caro Ser Supremo da Criação Krsna. Mas, que se há de fazer então?

Krsna - Consultemos pois, o Departamento de Idéias Estranhas do Sindicato dos Messias que Eles, com os Deuses e Messias que têm a serviço de Nós, Deuses e Messias filiados já devem ter pensado em algo, com Sua MÚLTIPLA Onisciência.

E neste exato momento, chegou a resposta requisitada ao sindicato, numa voz retumbante que ecoava pelos Céus Mares e Montanhas, parecendo vir de todos os Lugares, e Fazendo a própria Terra Tremer, e os copos pularem em cima da Mesa, com Luz Gloriosa e Brilhante vinda dos Céus, e pilares de fogo a correr pelas paragens. Ou seja, no mesmo tom calmo e pacato em que se mantinha a conversação até o momento - ou talvez um pouco mais tímido que isso.

- Eis aqui o que deveis fazer, ó Senhores de Infindas Criações, para destruir de uma Vez por todas este Marasmo Eterno que de voz tenta se apossar, como tenta de tantos outros Deuses de vossa mesma categoria: Até a era de hoje, tendes Criado e aperfeiçoado, cada um de vós, infindos Universos, nos quais introduzem Pessoas e Povos, cujas almas salvam, ou condenam, ou fazem evoluir, ou destroem após cada encarnação orgânica, e estes Universos fazem Evoluir ou Involuir até um estado Perfeito. E já, cada um de vós, no decorrer de sua vida eterna utilizou-se diversas vezes de cada uma das combinações possíveis para estes tipos de Universo.

- A Solução CRIADA pelo Departamento de Idéias Estranhas do Sindicato dos Messias, e Outorgada, por Direito de Superioridade Numérica de Deuses Onipotentes a Vós é pois a seguinte:
A partir desta era, não deveis mais criar cada Um sozinho o Seu Universo, mas sim, deveis se aliar a Outros Deuses de Igual Poder e Criar Universos em conjunto.

Neste instante, Krsna e YHWH responderem assombrados e Indignados, a uma só retumbante VOZ - Mas esta idéia é absurda. A que Deus a população de tais Universos adoraria? A quem faria preces ou pediria Ajuda? Não podemos conceber tal Universo Bizarro com mais de Uma divindade Onipotente - E neste ponto foram interrompidos pelos Raios-de-queimar-Deus-Onipotente emitidos pela direção do Sindicato, que retomou a fala :

- Mas ESTA é a idéia, ó Imortais controladores do Tempo. Com isso haverá novidade o suficiente para que o Vosso tédio Divino desapareça de uma vez para Sempre. Chamai pois seus amiguinhos, e botai a mão na massa. Vereis desde conflitos insignificantes e mesquinhos entre Igrejas diferentes que seguem ao Mesmo Deus até enormes Guerras Galácticas, com civilizações inteiras em Cruzadas Espaciais- cada qual tentando provar que o Seu é o verdadeiro Deus, quando todas estão certas, em algum sentido. Agora Ide.

E com isso, os Imortais YHWH e Krsna chamaram seus Colegas de Tédio : Tupã, Odin, Zeus, Brahma/Vishnu/Shiva e três centenas de Outros Deuses Onipotentes e começaram a CRIAR os mais Bizarros Universos que jamais haviam sido imaginados em TODAS as Eternidades.

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De Quê Nós Somos Feitos Afinal ?

Uma equipe de 563 Messias Filiados a este Sindicato, ao longo durante os últimos 3 milênios, compos uma junta de apuração da Verdade Física, tentando desvendar os conceitos físicos de Nosso Universo, após tantas Criações e Re-criações do mundo por Divindades tão diferentes entre si. Assim, após pesquisa exaustiva, compilando dados de milhares de livros Sagrados e dezenas de milhares de Descrições fiéis dos "Motivos, Circunstâncias e Meios que Ocasionaram a Criação do Universo" (vulgo Genesis'es) diferentes, finalmente essa comissão Faraônica de Messias apresenta os resultados conclusivos de sua pesquisa :

De Quê Nós Somos Feitos Afinal ?

De :Comissão Messiânica de Avaliação e Reciclagem dos Fundamentos Constituintes da Matéria do Universo
Para : Sindicato dos Messias, Círculo Interno
Assunto : relatório Final

-Após a comparação e estudos clássicos exaustivos de O que cada Divindade criadora do Universo escolheu para serem as Componentes básicas da Matéria e do Espírito, esta comissão concluiu que o Universo é na verdade constituído dos Únicos elementos em comum em todas elas, bem como da superposição de todas as outras.
-Assim, o Universo corrente é decretado como sendo formado dos seguintes elementos :
1 - Nada : Componente básico, citado por 98% das Divindades Criadoras do universo em seus Livros sagrados;
2 - Chocolate : Além de ser citado em grande proporção, é resultante dos Elementos propostos por diversas Divindades, além de ser incontestavelmente adorado por 87% da população do Universo;
3 - Vermelho : Componente semi-material que é utilizado em combinações e proporções diferentes para formar as Cores de tudo o que há;
4 - Espanto : Componente espiritual; assim como o Vermelho é a base de todas as cores, o Espanto é a base de todas as sensações humanas, bem como o que há de intangível e etéreo;
5 - Grana : Componente essencial, sem a qual, perante a visão cósmica do Homem, e demais seres Pensantes do Universo, a existência de um ente não tem significado, podendo portanto ser ignorada;

Assim é. Vejam alguns exemplos de como as entidades constituintes do Universo são formadas :
Ouro : 0 x Nada + .3 x Chocolate + (1.5 + 3i ) x Vermelho + 5 x Espanto + 100 x Grana; Aqui a cor complexa indica o estranho brilho metálico vindo do Ouro, enquanto que esse elemento se caracteriza pela enorme quantidade de Grana em sua composição;
Danoninho de Morango : 0 x Nada + .7 x Vermelho + .3 x Espanto + 2 x Grana + (.6 + 2i ) x Chocolate; Muito semelhante ao Ouro, aqui, o sabor característico é dado por uma quantidade complexa de Chocolate na confecção do Produto;
Aparelho de TV : .5 x Nada + X x Vermelho + 0 x Espanto + 20 x Grana + 3 x Chocolate, sendo que a quantidade de nada aqui representa a incompletidtude do eletrodoméstico, que depende de uma transmissora de TV ou Vídeo cassete como sua contraparte;
Compaixão : 1 x Nada + 0 x Chocolate + (3 - 1.3i ) Espanto + 0 x Vermelho + 8 x Grana ; Diferentemente dos anteriores, compaixão é um elemento de natureza espiritual, o que pode ser facilmente notado por um número inteiro de Nada em sua composição, bem como 0 Chocolate e 0 Vermelho. A quantidade de espanto indica a natureza exata deste Sentimento;
E assim por diante, para tudo o mais no Universo. Notem que o que existe atualmente é apenas uma fração mínima das entidades possíveis através da combinação deste elementos, como por exemplo : Coisas com um número inteiro de Nada, mas ainda com Chocolate em sua constituição, Objetos com Nada complexo, e mesmo o totalmente inconcebível : Entidades com Grana = 0 .
Felizmente, tais monstruosidades quiméricas ainda não foram criados por nenhum dos Bons Deuses, bem como nenhum dos Maus, preservando-se assim a sanidade mental dos humanos mortais, e de grande parte dos Messias.

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Enigma Resolvido

A memória coletiva arquetípica da humanidade têm se transformado de maneira heterogênea com o passar dos Séculos. Assim, o que em Tempos Antigos constituía o Saber Verdadeiro e Unificado disponível a cada ser humano, hoje fragmentou-se, misturou-se, diluiu-se e liquidificou-se em diversas Crenças Conflitantes sobre a Origem do Universo e o Sentido da Vida. Num trabalho Hipnohistoricoantropológico de Regressão Psíquica, uma Equipe Qualificada do Sindicato dos Messias conseguiu reunir os diversos fragmentos das Memórias Coletivas Humanas, até então dispersos em diversos Grupos Religiosos e Culturas, e a partir daí montar uma Sólida e consistente versão das Origens do Universo e da Vida.

Partindo de duas idéias extremas sobre a criação do Universo inerentes a Grupos Sociais opostos, o grupo chegou a sua conclusão final. Para melhor tratamento e separação de conceitos foram considerados os estereótipos de cada grupo, conforme um indivíduo deste grupo era imaginado pelo grupo oposto:

- Grupo dos Estereótipos Caricatos de Cristãos Fundamentalistas Segundo a Visão de Ateístas : Pensam que o Universo Como o Conhecemos tem necessariamente que ter uma causa Inteligente, não podendo ter surgido do Nada. Esta causa Inteligente é o Deus das escrituras, que existe desde Sempre, a partir do Nada. O Universo não tem mais de 10000 anos, porque na Bíblia (Escrituras Sagradas Cristãs) está implícito que ele tem menos que isso. Quando criou o Universo este Deus fez nos dias imediatamente seguintes tudo o que conhecemos hoje sobre a Terra , e fora dela, incluindo o próprio Homem, que foi criado a Sua Imagem e Semelhança.

- Grupo dos Estereótipos Caricatos de Ateístas Condenados Segundo a Visão de Cristãos Praticantes: Pensam que o Universo como o conhecemos surgiu a partir do Nada, numa Grande Explosão. A partir daí, todas as coisas se desenrolaram sozinhas , e depois de 15 bilhões de anos chegamos aos dias atuais, onde o Homo Sapiens, surgido a cerca de 100.000 anos criou Deus a Sua imagem e semelhança.

Combinando estes dois extremos, e partindo do pressuposto óbvio de que os dois são pontos de vista fragmentados da verdade Antiga da Memória Coletiva Humana, chegamos a uma Visão de Mundo que tem que ser próxima a verdade:
- O Universo foi criado a aproximadamente 7.000.005.000 anos ((15 Bilhões + Dez mil)/2)
- O Universo passou a existir a partir do Nada, numa Grande Explosão, e junto com o Universo foi criado um Deus Onipotente e único autorizado a Projetar e Assinar Projetos de Planetas habitados e raças inteligentes neste Universo. Assim, tanto Deus quanto o Universo vieram do nada, eliminando o Conflito Aparente entre as idéias acima;
- Este Deus só existe por acaso, e fez o Homem a Sua Imagem e Semelhança: Ao Acaso. Para isso acabou usando materiais menos nobres, que se deterioram com o passar do tempo, materiais estes que Ele encontrou pelo Caminho;
- O Homo Sapiens existe sobre a Terra a cerca de 53000 anos (100000 + 6000)/2;

E pronto: A partir de Idéias aparentemente conflitantes chegamos à Verdade Anterior. Óbvia e de Simples Compreensão. Usando técnicas semelhantes, a mesma Equipe Qualificada chegou a mais Verdade aterradoras sobre o Universo.

- O Coelho da Páscoa se chama Noel, e traz Ovos de Brinquedo (kinder Ovo) no Natal;

- A Música Tribal Primitiva, que um dia foi ouvida por toda a Humanidade, era uma mistura bem arranjada dos atuais estilos: Dance Music, música Clássica na Variedade Solo para Piano, Rock Progressivo;

- Tostines Vende Mais porque vende Mais;

- Tostines é mais fresquinho porque é mais fresquinho;

- Aviões São máquinas assassinas que se deixam construir pelos Homens com o objetivo principal de Cair. O problema é que os Aviões são péssimos naquilo que fazem, e incidentalmente acabam transportando muitos seres Humanos pelo Ar, ao invés de cairem com eles dentro;

E por aí vai.

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Gêneses

No princípio istia . Então alguém invocou A LUZ!!!
E A LUZ!!! cegou este alguém , assou-o , e amassou-o por pressão fotônica . Assim passou a ex-istir um deus cego , assado , amassado e morto . Assim surgiu o deus-pizza.
Porem deus-pizza achava sua ex-istência sem sentido , e tentou melhorar a situação . Assim passou a ex-istir a Cantina do Éden , e assim passou a ex-istir o comedor de pizza . E terminou o primeiro dia .
No segundo dia o comedor de pizza perdeu a fome e foi ao banheiro . Livrando-se daquilo que havia de mais impuro em seu interior o comedor de pizza tornou-se homem . E assim , sem fome , ainda queria comer . Assim deus-pizza criou algo para o homem comer sem fome . Assim passou a ex-istir a mulher . Com isto terminou o segundo dia .
No terceiro dia , deus-pizza , no mais celestial e divino e irrestrito tédio mortal ( que o teria matado novamente , se já não tivesse morrido ) , começou a falar : Tomai e comei todos vós , isto é meu corpo , que foi assado para vós . Porem não comais jamais do fruto do ferimento de minhas entranhas tostadas pelA LUZ!!! , a azeitona .

Assim que foram ditas tais palavras , a azeitona , má como ela só , pula na boca do homem e da mulher , se mastiga , se engole e se digere . O terceiro dia acaba em vômito .
No quarto dia a Cantina do Éden é completamente soterrada em vômito , impedindo então que o homem e a mulher lá ficassem , pois não sabiam eles nadar .
No quinto dia o vômito continua a se espalhar , escapando pelas janelas e pelas portas da Cantina do Éden , e se alastrou por toda uma região , que não mais istia , por conta deste vômito .
No sexto dia todos os dinossauros e grande número de outras espécies foram extintas , afogadas no grande mar de vômito .
No sétimo o homem , a mulher e o deus-pizza , cansados de vomitar , descansaram . Aproveitando a soneca destes , a média 7 deixa de istir , levando consigo para a ex-istência outras entidades demoníacas : a fome , a morte , a peste1 , a inflação , Campinas2 , a AntiCantina do Éden3 , os embriões de verme de Duna , o ovo reconstituído , o carne moída e o couve (em ordem de periculosidade . Se você viu qualquer um destes elementos , entre em contato com a Polpromess , polícia de proteção messiânica , que nós fugiremos desesperadamente ) . E também por causa deste descanso surgiu o Domingão do Faustão e o Programa Sílvio Santos , consagrando o domingo como dia de inércia intelectual em frente a TV .
Assim , o homem e a mulher são obrigados a deixar a Cantina do Éden , que ficou sobre a guarda do cheiro putrefato da azeitona (discretamente suavizado pelo perfume do mar de vômito ) e por paredes de vômito ressequido . Passam então a viver em um terreno hostil , quente , onde só havia subidas . Passam a viver em Campinas .

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Bate-Papo da Montanha

Num mês de verão, começou o velho Messias a subir A Montanha, para falar com Seu Senhor, cuja palavra costumava espalhar entre os seres humanos, cavalos, ratos, coelhos, batatas, formigas, e tudo o que vive sob as águas, e tudo o que vive acima das nuvens, menos o urubu, porquê é preto.

Lá chegando, invocou então seu Deus, com rituais que se encontram descritos em Seu livro Sagrado. (Livro Sagrado de Milué I, Grande Deus Criador de tudo e todos, 2ª edição manuscrita, página 3633, parágrafo 3), e veio Milué I, entre trovões e raios, para falar com Ele.

"FILHO MEU, QUE ESPALHA MINHA PALAVRA ENTRE OS HOMENS, CAVALOS, RATOS, COELHOS, BATATAS, FORMIGAS, E TUDO O QUE VIVE SOB AS ÁGUAS E ACIMA DAS NUVENS, MENOS O URUBU, PORQUE É SUJO. O QUE DESEJAS SABER ?"
"Senhor, eu que sou teu filho, e caminho entre os mortais, clamo por vossa clemência. Pois não consigo cumprir a missão a mim incubida, e clamo então por ajuda."
" O QUÊ NÃO CONSEGUES FAZER, Ó MESSIAS ? "
"Dentre seres que sou destinado a ensinar, a dois tipos que não consigo convencer de Vossa Divina Existência, OniPresença, Amor e Complacência infinitos. São esses as Batatas, que parecem não me ouvir, e não respondem a meus argumentos, e os homens, que me escutam e riem de mim. E eu lhes digo de novo, e eles tornam a rir. O que fazer ?"
"AS BATATAS QUE NÃO TE DÃO OUVIDO SÃO MÁS, E PORTANTO DEVEM SER DESTRUIDAS. DESCE POIS A MONTANHA, JUNTA AS BATATAS E COZINHA-AS NUM GRANDE ENSOPADO, TODAS ELAS. PORQUE ESSE É O CASTIGO À QUEM DUVIDA DAPALAVRA DO MESSIAS DE MILUÉ I. DIZE DEPOIS AOS HOMENS EMULHERES, QUE SER COZIDO NUM GRANDE ENSOPADO É O QUE ESPERA QUEM NÃO OUVE O MESSIAS."
"Senhor, posso cozinhar e punir as batatas, e posso dizer aos homens, como me ordenas, mas rirão de mim novamente, pois não terei poder nem forças para cozinhar os homens depois, e eles sabem disso. Porque não Te mostras a eles em todo teu esplendor e glória, de forma a convence-los de Tua Existência e Grandeza ?"
"PORQUE SE FOSSE EU MESMO ANGARIAR SEGUIDORES, NÃO PRECISARIA DE UM MESSIAS, E POR NÃO PRECISAR DE UM MESSIAS, TE DEMITIRIA, E POR TE DEMITIR, ENTRARIA PARA A LISTA NEGRA DO SINDICATO DOS MESSIAS. JÁ OUVIU FALAR DOS HORRORES QUE AGUARDAM OS DEUSES QUE CAEM EM DESGRAÇA PARA COM O SINDICATO DOS MESSIAS ? "
"Não, Senhor"
"POIS SAIBA TU, QUE OCORREU A UM PRIMO MEU NA TERRA. NÃO QUERO QUE TAL DESTINO CAIA SOBRE MIM. VÁ POIS E FAÇA TEU TRABALHO, E CONVENCE SOZINHO OS HOMENS DE QUE ESTOU AQUI, POIS EU TENHO BONS MOTIVOS PARA NÃO ME MOSTRAR."
E dito isso, acabaram se os raios e trovões, cessou a luz divina, e o Messias ficou novamente só, contando apenas com si mesmo, seus apóstolos e os governantes do povo abaixo, para convencer a todos os homens da existência de um Deus que os criou a todos, e tem poder quase infinito, mas não pode aparecer por si mesmo, pois a regras que devem ser respeitadas

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Quem sou ? De onde vim ? Para onde vou ?

Todo mundo se pergunta isto um dia . Alguns passam a travar uma luta incansável com estas perguntas e ficam eternamente presos a uma entropia retórica insofismável . Outros realmente tentam responde-las e ficam sentados até morrer de fome . Mas, infelizmente, os mentalmente sadios abandonam estas perguntas e passam a fazer
Questões sobre vida e morte
e preguiçosamente esperam que nós , messias , possamos responde-las.
O Sindicato dos Messias vem em socorro a você , messias pouco criativo, fornecendo respostas as 4 perguntas mais comuns sobre vida e morte .
1- Existe vida após a morte ?
É fato já comprovado que 100% das religiões com mais de 2,8 fiéis humanos afirmam que existe vida após a morte; portanto , se você pretende ter uma grande igreja e não tem coragem suficiente de ser o pioneiro neste ponto, afirme existir uma vida eterna após a morte (ou infinitas vidas, o que é a mesma bobagem). Isto ajudará a seus fiéis a conviver com o medo da morte.
Porem você terá de criar uma farsa para dar um sentido a vida presente. Se seus fiéis esperam uma vida eterna eles poderam se suicidar para atingir a eternidade, ou aproveitar o máximo aqui embaixo para corrigir lá em cima. A solução mais comum é começar a falar em bem e mal, céu e inferno, crime e castigo.
Se você não for canalha o suficiente para reduzir seus fiéis a simples animais em um experimento de reflexo condicionado de um deus Pavlov, a única saída é fechar portas e janelas de seu templo, e após verificar que nenhum fiel pode fugir, ser sincero e dizer NÃO!!!
2- Existe morte antes da vida ?
Aqui o messias tem maior liberdade em responder. Várias religiões de sucesso admitem a reecarnação, enquanto várias outras não a admitem. As principais vantagens em admitir a reencarnação é poder passar a acreditar em fantasmas, e a principal desvantagem é ter que admitir a existência de fantasmas . Apenas se você respondeu não a primeira pergunta você é forçado a responder não novamente (ou conseguir convencer seus fiéis que estão na última de suas milhares de vidas) .
3- Existe vida antes da morte ?
Se algum fiel lhe perguntar isto, o mais simples é admitir que há vida antes da morte. É certo que os fiéis de todas as religiões estão clinicamente mortos (sem atividade cerebral) porem alertá-los disto poderá fazer com que eles pensem no assunto , tornando-os vivos, ativos e pensantes, fazendo com que saiam de seu controle.
4- Existe morte após a vida ?
Se você respondeu não a primeira pergunta, não se precipite achando que respondendo não agora acabará com o medo da morte, pois apesar de solucionar o medo, será difícil suportar o cheiro de corpos apodrecendo em seu templo, ou pior , todos seus fiéis se tornaram uma espécie de deuses, enquanto você será apenas um messias. Para evitar a hecatombe, é melhor admitir que existe morte após a vida.

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Relatório de Apresentação dos Seres humanos do planeta Terra

Conforme requisitado no ofício #666/127-002 por vossas senhorias Seguidores de Thurvak, seita de habitantes com cara de Sapo de Andrômeda, que segue o Deus Thurvak, e vosso respectivo Messias Dinat (#666-055-j), no qual requisitam dados sobre a população de fiéis em potencial deste planeta (Terra, Sol III, ref. 666-008/543) com fins de espanção de vossa honorável e liberal religião até aqui, segue a ficha técnica dos habitantes locais mais indicados como seguidores de algum Deus /Deusa /Monolito /Artefato /Idolo/ Político /Lider Religioso /Corpo Astrônomico /Monstro Lendário /Símbolo Pagão.

Auto-Denominação : Espécie Homo Sapiens Sapiens

Descrição : Forma de vida baseada em Carbono, auto-reprodutiva com capacidades limitadas de regeneração corporal. Aparência humanóide (1 cabeça, 2 braços, 2 pernas, 1 tronco, 0 rabos, 0 tentáculos), com feições padrão 666-045 (0 antenas, 1 nariz, 2 olhos 2 orelhas, Pelos sobre a cabeça). Apresentam-se em 2 tipos distintos, denominados macho e fêmea.

Nível de Tecnologia : A maior parte da população local acredita estar no NT 666-003 (Motores de combustão química interna e inicio da Rede Mundial de Telecomunicações) .

Número : A população total dos referidos fiéis em potêncial beira os 6 bilhões de exemplares.

Reprodução : Taxa de crescimento demográfico atual é da ordem de 6% ao ano. Vivíparos com gestação de 3/4 do ano local, os individuos tem a peculiaridade de, para se reproduzirem, necessitarem trocar informações genéticas entre os tipos masculino e feminino. Apenas os do tipo feminino Sào aptos a darem crias, embora não possam faze-lo sem contado referido com individuos do outro tipo.

Credulidade : Alta, classe 666-058. São do tipo ideal para fiéis de qualquer religião, se convertendo numa taxa de 98% a qualquer filosofia que lhes seja bombardeada por metodos visuais ou autidivos por mais de 8 horas por dia.

Religião Atual : 99,5% da população local é fiel ao Deus Capital, cerca de 65% é cultuadora do Deus Motor trabalhando ativamente para o desenrolar de seus planos, e cerca de 25% acredita ser seguidora do Deus Jeová embora sejam incoerentes com a religião monoteista deste ao adora-lo juntamente com os Deuses Capital e Motor. Adoram uma Variedade incontável de outros Deuses menores, em taxas não superiores a 15%.

Hábitos Alimentares : Cheese Burguer, Pizza e Chocolate. Na não disponibilidade destes itens, devoram outras formas de vida nativas, preparadas de acordo com complicados rituais de sacrifício de complexidade variável.

Potêncial de Auto Destruição : Alto. Religiões conflitantes a adortação do capital devem ser incluidas com cuidado a fim de evitar aniquilação mútua dos individuos.

Fim do Arquivo.

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Tratan

E conforme estipulado no regulamento interno não escrito do Sindicato dos Messias, o Deus/Messias Tratan (ref. #666-055F) utiliza os recursos do Sindicato para fazer vir a seus fiéis sua palavra Sagrada. Atentai pois, o mortais, ao Texto Sagrado de um Deus esperto que preferiu não confiar num messias humano, e ser Ele mesmo Seu próprio messias.

"Atenção vos mortais que me lêem. Venho a vocês na forma escrita para que não os assuste em Minha Glória Divina, que faz montanhas tremeram, oceanos secarem, e céus mudarem de cor face a Minha simples aparição em seu mísero planeta.
Tenho a lhes comunicar o seguinte :
-Eu Tratan, Deus Único, e único caminho da salvação de sua alma imortal, fui Quem criou o Universo que vêem à sua volta, bem como o planeta, em cujo solo pisam. Isto pode ser verificado no seguinte trecho de Escritura Sagrada :

Gênesis Trataniana

Num tempo antes do próprio tempo, apenas o nada tentava existir. Mas o próprio nada não podia existir, uma vez que ainda não havia o Tempo. Então Tratan, Deus Eterno, que com Sua característica de eternidade podia dispensar o Tempo para atuar criou Klunka e Krinko, Seus Filhos, sendo Klunka o Deus do Tempo, e Krinko o Deus do espaço. E finalmente foi dado ao Nada uma chance de existência, pois havia sido criado o tempo. Infelizmente, junto com o tempo foi criado o espaço, que já é alguma coisa, impossibilitando novamente a existência do Nada.
E no princípio, estava Tratan, do alto de Sua Divindade não mais tão Única, seus filhos Tempo e Espaço, e o Nada, furioso por não ter uma chance de existir, e as coisas teriam ficado assim, se o Nada, de tão fulo por não poder existir, não tivesse entrado em Greve. O Nada, apesar de não existir, era o que mantinha o espaço vazio. Ao entrar em greve a partir de sua não existência, deixou a função de manter o espaço vazio (Vazio - Deus filho do nada, que não existindo, não chega a ser um Deus. O Nada entra em greve, para de receber, e não têm dinheiro para sustentar o Vazio, que era um grande comilão, e morre de inanição.).
Sem Vazio, o espaço começa a se entulhar de coisas aleatórias, e sem sentido. Vieram então as TVs a cores, os aparelhos de ar condicionado, o shampoo, os dinossauros, os planetas e suas luas, as estrelas, a Luz, a Gravidade, as forças nucleares e eletromagnéticas, os calendários, e a mais Insana coisa jamais imaginada pelos Deuses : A civilização humana. Trazendo com elas homens insanos, e mulheres dementes, com casas e castelos, fortalezas para o Homem se esconder dele mesmo, e as lembranças e a história escrita do homem. E as Roupas, armaduras para o homem se proteger dele mesmo, e de seu próprio olhar, que a princípio feria. E vieram com a civilização os sorvetes de chocolate e as pizzas. E vieram com a civilização calendários, que marcavam 10 de maio de 1995. E vieram livros sagrados de outros Deuses, junto com as lembranças que os homens tinham destes. E tudo isso, porque o não existente Nada deixou seu filho Vazio morrer de fome.
Então, Tratan, vendo tamanha insanidade pipocando em seu Espaço, reviveu o Vazio a Sua maneira, e como Seu filho, para que não mais morresse de fome. Depois, olhando a coisa distorcida, confusa, incompreensível e reentrante que era a civilização humana, Tratan Gritou, e entrou em estado de choque. E a situação tenderia a piorar. Então o Espaço, o Vazio, o Tempo e o não existente Nada, fundiram suas essências Divinas a de Tratan, que passou novamente a categoria de Deus Único e Onipotente. E como Onipotente, pode sair do estado de choque em que se encontrava, embora tivesse perdido parte de sua sanidade mental, tal a afronta a lógica, e ao raciocínio sensato com que se tinha deparado na superfície do planeta Terra.
Tratan resolveu então usar Sua mais nova característica Divina, o Tempo, e esperar, enquanto a civilização humana se estabilizava. E enquanto esperava, mandou espiões Anjos ao planeta Terra, que se disfarçaram entre os homens, e contaram a Tratan o que viram. "Senhor, as loucas criaturas que por aqui perambulam, dentro de suas tortas máquinas de envenenar o ar, não percebem que em verdade, existem a apenas 5 de seus dias. Apenas porque já cairam da Ausência de Vazio com lembranças, e livros e filmes que datam de dias anteriores a 10 de maio de 1995, de seu calendário Cristão, pensam que já existiam antes de tal data. São completamente loucos, eles e seus Deuses Jeová, Big Bang e Dinheiro, todos conflitantes entre si, mas todos que acreditavam existir antes de 10 de maio, apenas porque quando passaram a existir, já vieram com as memórias que tem agora, de tempos passados que nunca passaram."

E Tratan, lendo o Informe lhe enviado por seus anjos espiões, que haviam agora ficado loucos como os homens da Terra, escreveu o Seu Livro Sagrado, que é o que acabaram de ler, e então, entrou novamente em estado de choque.

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30.9.04

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"Evite acidentes... faça tudo de propósito!"



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25.8.04

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"O homem que evita dúvidas nunca encontrará certezas" - Raphael Gancz



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Bela-Parrachianismo

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Bela-Parrachia, Vida e Morte dos Mitos

Apócrifos Cabalísticos

Introdução
1. Bela-Parrachia e a Linguagem
2. Sobre o Criador
3. Arroz e o Mito
4. A Espontaneidade e o Caos Ordenado
5. Espaço, Tempo e a Felicidade
6. Ritual da Autodestruição
7. A Deriva e o Errantismo Parrachiano
8. A Virtude da Loucura
9. Usando o Vivido, Não se Vive, se Usa
10. A Raiva e os Sentimentos
11. A Família Parrachiana e a Guerra da Doença Contra a Natureza
12. A Maldição que Salvou Vidas
13. Mapa da Felicidade
14. A Vida dos Gansos e o Culto ao Lúdico
15. Sobre o Suicídio Místico
16. Epilogo (diário de Von Darsê)

Introdução

Bela-Parrachia , 10 de julho de 56 D.V (correspondente a 153 d.c)

Sou um eremita da seita mais conhecida como Bela-Parrachia, chamam-me hoje de Von Darsê, somos um grupo de pessoas obstinadas a querer saber em que acreditar, mas nada acreditamos, melhor dizendo, acreditamos nas respostas que encontramos durante um tempo mas sabemos que respostas nunca são verdades. Vivemos como errantes rodando por esse mundo, a procura de respostas que escreveremos sempre a carvão, assim até mesmo o vento poderá apaga-las. Von-Darsê sempre foi fiel sua cultura, mesmo que fidelidade aqui não signifique respeito a tradição, nem mesmo concordância. Nascida na terra do sol nascente sempre a magia e os sonhos fizeram parte dos seus cultos incultos. Vou contar-lhes então algumas historias que aconteceram conosco para que possam compreender melhor a nossa seita tão religiosamente pagã.

1-Bela-Parrachia e a Linguagem.

Espíritos “nômades” vagaram muito tempo, pelas mais diversas terras inabitadas e mórbidas, alegres e ensolaradas, entre essas ja tinham passado uma vez por uma cidade chamada Swan-Tao, a muito, muito tempo....
O povo dessa cidade não podia se lembrar bem, aquele povo ja era agitado demais, vivam em função do futuro, não tinham tempo para lembrar o passado, tampouco o presente. Os espíritos voltaram a aparecer na cidade de Swan-Tao de modo tão espontâneo que chocaram as pessoas desprecavidas, um espirito chamava demasiada atenção, esse espirito era mais conhecido por Von Darsê, um eremita “solitário” da seita Bela-Parrachia.
O povo em Swan-Tao falava tanto do acontecimento que nada comunicava, sua linguagem era pura verborragia, a alma deste povo era fraca, talvez consumida demais pelas excentricidades sadomisticas do mundo moderno, sua linguagem era tão rica, sua língua tão bem escrita que nada comunicava, intrigado pela linguagem harmoniosamente brilhante dos Bela-Parrachia, um sujo e nobre camponês resolve perguntar a Von Darsê :
- O que precisamos para dizer como dizes? Comunicar como comunicas? Ser o que sois?
- Precisardes antes de mais nada serdes sexualmente ativos, assim não precisaras mais gaguejar a um instinto reprimido, não precisais de linguagens tão complexas quanto a complexidade que não alcanças por estardes tão presos e cansados como mortos. Palavras são palavras, olhe em meus olhos e veja além...

O jovem compreenderá a mensagem, olhará não só para os olhos de Darsê mas também para seus gestos, a velocidade de sua fala, sua movimentação labial, e começou a compreender o que nunca havia compreendido.
- Posso ver não só teus movimentos, como teus sentimentos, mas como posso ser livre? Como posso gozar do livre sentido do nonsense ?
O sábio ficou parado observando o jovem conseguir sua própria resposta....
O jovem olhou para o chão então e pode ver uma formiga que batalhava para levar um pequeno pedaço de arroz para tua casa, o jovem pegou teu arroz naquele momento, observou-o e disse:
- Todos somos grandes, todos devemos ser um pouco abusados e nunca humildes demais, devemos ser naturais e espontâneos (e comeu o pedaço de arroz). Eu hoje desejo sangue, desejo com inocência, desejo acima de tudo arroz.
Disse tudo com um sorriso altamente natural no rosto enquanto bebia vinho e comia arroz.
Era visível demais, Khon Hu, o jovem , apresentou-se aos espíritos e disse-lhes:
- Descobri todo sentido da comunicação mas não devo agradecer-lhes, apenas pelo arroz que jogastes no chão, esse me trouxe luz.

2-Sobre o Criador

O povo Bela-Parrachia dirigiu-se ao centro de Swan-Tao e começaram a montar um gigantesco ganso de bambu, o povo de Swan-Tao parou para observá-los, entrando em choque com a cena incomum de seus dias monótonos, o mais interessante era que o ganso de bambu de aproximadamente 2 metros possuía uma genital de aproximadamente 40cm, alguns então começaram a debochar do ganso e Khon-Hu deteve-os com sua neo-sabia-linguagem.
- Ganso, Deus, Genital Grande, Valor Sexo, Risadas, Pequenez, Moralismo, Embriaguez, Estupidez....então ficou olhando para cima e para baixo, depois manteve suas mãos numa linha retilínea, na linha do horizonte, na aurora, tocou então no cerne da questão.
O homem que até então zombava ajoelhou-se e disse:
- Perdoe-me, o tempo me matou, a falta de sexo enrijeceu-me, a moral trancafiou-me, preciso livrar-me de toda essa morte
Então gritou com toda força :
- 1, 2, 3, 90, 4 !!!!
Com esse gesto mesmo o homem comum tornou-se ali um Bela-Parrachia e quebrou o encanto nebuloso que haviam feito em ti. O homem então começou lentamente a andar de trás pra frente criando não só uma nova maneira de andar, criará ali, um novo mundo, e afirmará aos prantos:
- SOU TÃO DEUS QUANTO DEUS FOR O GANSO!! Seguirdes então o caminho que não levas aonde deseja chegar..
Von Darsê ainda falará com a multidão que aos poucos se ajoelhava para a estatua de bambu do ganso:
- A magia vos cerca, e não deveis temer, pois tudo que será feito poderá ser desfeito, pois tudo que ostentastes, tudo que tomastes, será roubado de ti pela magia. A magia de nosso criador que procuramos eternamente sem nunca ter encontrado, que procuramos eternamente sem ao menos querer encontrar. Viva Parrachia, que bela!!!
O povo então começou a observar a magia, observar que um ganso de bambu era tão poderosamente místico quanto mística fosse a magia de quem pudesse olha-lo, e as pessoas eram tão deuses quanto mágicos fossem eles mesmos, mas o povo ainda não compreenderá os arrozes que a todo momento os Bela-Parrachia jogavam no chão, e a todo momento comiam...

3- O Arroz e o Mito

Enquanto os Bela-Parrachia jogavam bolinha de gude, grande parte do povo os observava e tentava compreender aqueles espíritos ensolarados, alguns insultavam-os, alguns os veneravam, mas ninguém era de forma alguma indiferente.
Durante um ritual os Bela-Parrachia disseram todos juntos como num grande refrão harmoniosamente caótico:
- Bolas de gude, acerte aquela bola, derrube-a, esmague-a, aquela bola ja é velha demais.
Ficaram então correndo em círculos, gritando essa frase repetitivamente, eis então que a chuva começava a jorrar, destruindo sua própria cerimonia das bolas de gude, eles então começaram a comer arroz e dançar, esse era o famoso ritual da auto-destruição.
Nesse ritual destruíam suas próprias crenças em prol de novas crenças, assim poderiam sempre ir além na procura do desconhecido.
O arroz era um dos reagentes que utilizavam para fazer suas magias, utilizar sua alquimia, além de um grande vício que nunca poderiam largar se quisessem realmente superar a si próprios. O arroz continha uma magia tão grande que foi utilizada pelos Chineses para plantar e pelos Bela-Parrachia para chegar a um estado meta universal, o arroz produzia sensações neles que podiam ser comparadas aos transes hipnóticos produzidos em algumas tribos durante cerimonias religiosas, porem não se tratava simplesmente de um mero recurso psicológico.
Pelo arroz conheceram além do universo, e mostraram suas experiências para todos, mostraram o poder da dança dos deuses, depois aprendida por outras culturas e religiões, afirmaram que todos deveriam satisfazer seus desejos, qualquer que fossem, desde brincadeiras até os sexuais, independente de serem poligamicos ou monogamicos, independente de ordens políticas ou religiosas e assim o foi até a repressão e mutilação da naturalidade por pessoas quase sempre mal intencionadas.

"A grande verdade: a verdade temporal, a verdade que não afirma, a eterna duvida.”

4-A espontaneidade e o Caos Ordenado

Chuvia muito em Shaw-Tao, estavam todos no templo Quay-Wan, era um dia que não se podia ir as ruas, pois estava-se no dia da constelação Chen, dia sagrado para a religiosidade conterrânea. Um menino, porém, pedia muito aos país para irem a rua com ele, pois na rua se encontravam os Bela-Parrachia dançando e comendo arroz na
chuva.
O pai revoltou-se e bravejou com sua áspera voz :
- Isso é um absurdo, hoje é dia de Chen, algo terrível acontecerá a aqueles incrédulos, os ceticos sempre foram uma praga filho, escute-me bem.
Um ancião Bela-Parrachia que estava perto não pode deixar de ouvir, e retrucou:
- Digo-vos irmão, tens tanto medo do perigo do fogo, que não percebeste que o fogo ja te queimaste por dentro, enquanto vos o prendestes. Liberte teu filho, não permita que vossa prole queime convosco. Recusar-lhe-ei a vida?
O pai do garoto mordeu os dentes e começou a pensar, observou que toda sua vida havia reprimido seus sonhos, seus desejos, do que sempre quis fazer e não o fez pelo medo e obediência das tradições e moralismos mas ainda tinha medo de seu filho servir de teste para o azar.
Resolveu então sair junto de seu filho, abalaram-se os portões da ordem, tiraram as roupas e saíram correndo pela chuva, em pouco tempo estavam dançando pelados como os Bela-Parrachia, e claro, comendo arroz.
Tinham agora uma nova tradição, caoticamente destruíram a ordem e então constituíram essa nova ordem, a de se despir, dançar, comer arroz...os Bela-Parrachia juntaram-se então, começaram a jogar bolas de gude até que resolveram não mais dançar e sim ler, entrava-se na era da leitura na China.

Leitura de um trecho do diário de Von Darsê :
- Hoje 16 de abril de 48, o sol já se esconde dentre as montanhas,estou muito feliz, estamos conseguindo comprir nosso objetivo, apesar de não termos uma meta paradigmática, o povo ja se solta mais, dança mais, ri mais, se diverte mais e se preocupa menos. O imperador está preocupado com a diminuição do trabalho dos camponeses e parece desejar nossas cabeças, não me é estranho esse comportamento de um ser que prende dentro de si tanto fogo, as queimaduras, a depressão e o desespero se fazem assim. Nós desejamos sexo, sorrisos, diversão, cultura, leitura e caos harmônico. Estou realmente surpreso pela vida que podemos levar quando negamos a morte na vida.

5- Espaço, Tempo e a Felicidade

As pessoas se perderam no tempo e no espaço, as pessoas roubam o tempo e o espaço uma das outras, como querer encontrar a felicidade se você não detêm o tempo-espaço da sua vida?
Um escravo conhecido como Amadah-Len veio perguntar aos Bela-Parrachia :
- Estou tão deprimido, como posso ser feliz?
Jung de Miro e Von Darsê responderam-no com a suavidade drástica dos Bela-Parrachia :
- Como quereres ser feliz, enquanto procuras a felicidade de olhos vendados? Como podes comer se não tens a comida, onde plantar e nem ao menos o tempo para comer? Para ser feliz precisas antes de mais nada de tempo para ser feliz, precisaste ter o teu tempo para ti...enquanto teu tempo é roubado, não poderás encontrar a felicidade, precisas pois tomar o tempo de quem te rouba, tua majestade, teu senhor, tua religião ou tua política e após retomar a terra roubada que outrora foste tua, e hoje te negam com veemência.
Ai jaz a essência da felicidade, mas não só ai, se tua religião te aprisiona em vida ou em morte não podes ser feliz, precisastes na vida do gozo que outrora fostes pecaminoso, precisastes viver no mundo, para fora, e não se trancar em si mesmo, o orgasmo pleno de um ser se faz ai.
Von Darsê então lhe deu uma lição que o escravo jamais esqueceria :
- Seja livre mas não se esqueça, te prende um pouco também, não viva só como um animal, só pelos instintos, do mesmo modo que um pouco de veneno pode curar um envenenamento, um pouco de mal pode curar o mal da totalidade, vos é necessário um pouco de cada doença para que possas viver curado e não arriscar-se contaminar até a morte. Mas quando chegar tua hora terás de saber o momento certo de ficar doente e largar teus remédios, pois a doença é também uma cura.
Não se iluda com teóricos que lhe dizem que o tempo vai acabar, ou que começou por obra do divino, nem que o tempo é uma reta ou um circulo, o tempo é mais que simples teorias, o tempo não volta, o tempo não para, por isso precisastes da mudança, porque o tempo não vai acabar, mais vos um dia irá perecer, as ações humanas são infinitas porque infinitas são tuas idéias. Portanto não tema, retome teu tempo, retome teu espaço, retome tua vida, assim encontrarás, ou melhor, poderás encontrar a felicidade.

6- O Ritual da Autodestruição

Um dia de sol, as gramas estavam verdes em Swan-Tao, as pessoas já tinham aprendido não só a aceitar os Bela-Parrachia mas também a adorá-los, a maioria da população tornara-se Bela-Parrachiana e os que ainda se prendiam a neuroses e fobias começavam a desvirtuar aquela seita ou anti-seita que negava-se sendo. Criaram dogmas, verdade Parrachianas e começavam a dizer que só se chegaria a luz através do “ideal” Parrachiano.
Enquanto acontecia essa desvirtuação pálida dos Bela-Parrachia o jovem Khon-Hu olhava-se no espelho e conversava consigo mesmo:
- O que queremos? Era isso? Mais uma anestesia psíquica? Não, nunca foi e nunca será essa lastima, devemos negar toda verdade imortal e divina, devemos negar toda verdade imutável, devemos queimá-la ou devemos esperar que o tempo a queime?
Von Darsê que vinha passando não pode de deixar de escutar, escutou a conversa do jovem e chamou-lhe :
- Veja. (apontou para o sol e para as pessoas que ali trabalhavam).
- O que vê? – perguntava Darsê num tom melodioso.
O jovem Khon-Hu respondeu-lhe com sua percepção místicamente realista:
- Vejo pessoas que trabalham de dia, porque aprenderam que assim podem produzir mais e melhor. Nós não viemos aqui para ensinar-lhes o trabalho, contudo se tiverem duvidas, podemos reafirmar-lhes que o dia é melhor do que a noite.
- Sim, respondeu Darsê, contudo esqueceste de algo, esqueceste da noite, assim como no dia pode-se trabalhar, descansar e praticar o coito, a noite também é hora, a noite também é dia. Não deves prender-te a respostas tão superficiais como noite/dia,
verdade/mentira, bem e mau, a austeridade se torna a miséria de quem a prática, o maniqueismo do tirano.
Khon-Hu então correu para a praça e começou a fazer movimentos que ninguem podia compreender, deu um berro de fúria, um piso no chão de raiva, fez algumas caretas, e começou a dançar mexendo bastante a região pélvica. O que ele estava querendo? A maioria do povo olhava intrigado, alguns acusando-o de exibicionismo e falta de pudor, mas foi o sábio Arachimini um garoto de 13 anos que pode dizer aos intrigados cidadãos.
- Vocês estão cegos? Seus olhos estão tão fechados que não conseguem perceber a voz que sai dos movimentos? Ele está tentando mostrar-nos que a movimentação natural do corpo tanto pode trazer a tranqüilidade, a emoção, os sentimentos de volta, como nela não existe verdade, existe caos ordenado, existe vida, existe livre liberação de fluxo e não tentativas forçadas de tentar impor-lhes verdades como fazem. Ele dança como quer, faz o que quer, o que teu corpo quer e o que aprendeu e não nega o novo, jamais. Por isso ele não pode ser como aqueles que desejam tornar a beleza dos
Bela-Parrachia mais um túmulo como o Cristianismo, o Judaísmo, e essas auto sacrificações masoquistas.
Logo após o discurso flamejante do garoto, Jung de Miro foi a praça central da cidade conclamou o povo e disse :
- Vim dizer que nós Bela-Parrachia estamos partindo da cidade, porem antes de irmos proclamo a todos os Bela-Parrachianos a fazer o ritual da bola de gude sobre tudo que sabemos para que não nos tornemos jamais padres Parrachianos, essa aberração nunca existiu e não deve vir a ser. Deixemos que o devir entre em nossas vidas...
Então o povo Parrachiano voltou a sua essência lúdica, jogou bolas de gude, divertiu-se, dançou, comeu arroz e no final destrui qualquer vestígio de império e autoridade.

7- A Deriva e o Errantismo Parrachiano

“Vamos atravessar pontes
E de pontes para pontes
Assim urge nosso destino
Não ficaremos parados
Estagnados, esperando o acaso.
Não ficaremos parados
Com a faca na mão,
E a justiça no peito...nos matando a cada segundo.”

Os Bela-Parrachia então saíram de cidade de Swan-Tao e começaram seu caminho rumo aonde a beleza os levasse, é importante ter um objetivo, mas não para vida toda, todos objetivos devem cair para dar lugar a novos objetivos, para a vida não ficar rígida demais, assim como todas as localidades e condições de vida devem ser trocadas periodicamente para não se prender a um padrão de vida ou um padrão de ambiente, assim os Bela Parrachia construíam sua anti-sistemática, não confiando em verdades imutáveis, formava-se a deriva e a constante da revolução, o devir. Foi com essa convicção que os Parrachia saíram em direção aos desertos Árabes enfrentando condições climáticas para eles aterradoras, o perigo era tão constante que levou a muitos a superarem a si mesmos para enfrentar a morte. Agüentaram bravamente tanto o clima do local quanto o tempo (quando se diz tempo, está se referindo não só a condições climáticas e sim a duração do próprio dia e indo alem do próprio minuto). Após dias de truculência chegaram a um Oásis onde vivia um tribo, essa tribo defenderia sua localidade estratégica com a vida, eles detinham armas (lanças, escudos, arcos...) enquanto os Bela-Parrachia não tinham nenhum tipo de armamento bélico. Tudo insinuava que eram os últimos momentos de respiração dos bombeiros incendiários, mas os Bela-Parrachia possuíam uma grande arma escondida na manga, a revolução do gato amargo.
Aproximadamente 300 guerreiros armados partiram em direção aos cerca de 150 Parrachianos, eis então que a situação mudou, quem vive no mato aprende com o coelho. “ Nas ocasiões que tudo inspira temor, nada deves temer. Quando estiveres cercado de todos os perigos, não deves temer nenhum. Quando estiveres sem nenhum recurso, deves contar com todos. Quando fores surpreendido, surpreende o inimigo”
Sun Tzu foi um grande inspirador dos Bela-Parrachianos, e foi exatamente a sua mentalidade que o povo Bela-Parrachiano utilizou para revirar a situação.
Os Bela-Parrachia então começaram a dançar e comer arroz na frente dos 300 guerreiros tribais e como era de se esperar a chuva jorrou, o místico ar tomará conta do local, os 300 guerreiros acreditaram ser os Bela-Parrachias Deuses, enquanto eles eram apenas parte da natureza, melhor dizendo, não apenas parte, ele eram a natureza propriamente dita, assim como você e eu.
A partir dai os tribais juntaram-se aos Parrachia, começaram a adora-los, mais logo os Parrachia os demonstraram que não só eles eram Deuses, mostraram que todos os são. Aqueles dois povos à partir dali aprenderam muito mutuamente como bons seres humanos, ou bons Deuses. A magia da deriva, como a magia do errantismo trouxe aos Bela-Parrachia muito conhecimento, evolução, força e afetividades guardadas de todos os locais, alem da possibilidade de manter-se em constante movimento, o constante movimento da vida.

8 - A Virtude da Loucura (diário de Von Darse)

Durante as áridas caminhadas sobre desertos, florestas tropicais, vimos de tudo que se possa imaginar, até mesmo o inimaginável.
Aquele sonho que se tem a noite ou mesmo de dia, para nós era realidade, o sonho e o pesadelo eram-nos igualmente virtudes, pois da vida, eles faziam parte.
Passou-se neve e chuva, sol e seca, até que podemos encontrar uma das maiores dadivas que nos esperavam... Encontramos jovens nômades durante o trajeto e ficamos muito amigos daqueles eruditos, mas um deles se destacava demais, tanto por sua anti-sociabilidade, como pela sua magia, seu intelecto e sua honestidade vibrantes.
Conheci esse Santo enquanto ele conversava sozinho, achei inicialmente estranho tal fato, comecei a achar que tal homem possuíra poderes sobrenaturais alem da luz, mais tarde iria comprovar minha teoria. Resolvi perguntar então a alguns Nômades sobre tal estranha figura.
Contaram-me que ele era um caso realmente muito estranho, não se envolvia muito bem com os outros Nômades, principalmente os mais austeros que traziam a estase daquele povo. Estes nômades austeros e jactanciosos que odiavam o jovem estranho eram os mesmos que traziam a paralisação daquela sociedade e sem duvidas o diferencial entre os Bela-Parrachia e eles.
Eu resolvi então falar com o jovem que era conhecido como Iquiz Tao Hiad e descobriu no jovem tanto uma noite* imensa quanto uma sombra ardente, o jovem era honesto de uma maneira una, não continha a peste da falsidade e da mentira trazidos da rigidez das cidades falsas.
O jovem dizia com os olhos ao mesmo tempo tão distantes como tão próximos do mundo como é raro de ser ver :
- As cidades fantasmas querem roubar minha alma, dentre este povo existem desde as mais celebres pessoas, até os mais árduos tiranos, me chamam de louco, dizem que perdi minha cabeça, mais quem quer tirar minha cabeça são “eles” (claramente falava sobre mais de uma entidade). Os normais estão loucos, e agora querem dominar a “loucura” dos normais, assim ninguém irá atrapalha-los a deter o poder, por isso fugi para essa tribo nômade que me acolheu de braços abertos.
Chamavam-no de louco, mas loucura para Von Darsê** ainda não era de certo aquilo, compreendo que em tal jovem haviam coisas um tanto quanto assombrosas, parecia que ele tinha fugido do mundo, criado seus próprios significantes, tanto para as palavras, quanto para a vida em si mesma. Eu resolvi ajudar (ainda que com medo de
destruir-lhe a magia) aquele jovem, que apesar de tão honestamente inteligente, possuía uma angústia de uma tonelada ( se é que podemos medir os sentimentos.), mas não escreverei aqui como o ajudei, apenas quero relatar o meu encontro com o mais inteligente dos homens, mesmo porque foi o mais sábio e honesto deles.

* - Noite claramente no sentido de harmonia e beleza natural.
** - Aqui, falando sobre ele mesmo em terceira pessoa.

9 - Usando o Vivido, Não se Vive, se Usa.

Os Bela-Parrachia após o encontro com os Nômades partiram para a maior cidade de Oriente, ja Ocidentalizada a tempos, Bombain, lá puderam observar as pedras que se locomovem e ficaram impressionados, terrivelmente impressionados, viram pela primeira
vez uma cachoeira que não flui. As pedras andavam a seus objetivos tão superficiais como elas mesmas, azedas, imóveis e duras, duras como....pedras. Seus únicos objetivos (que elas próprias não sabiam) era manter o grande pedregulho que mantinha seus status de pedra. Os pássaros que ali viviam largaram tudo que era vida, eles não possuíam possuindo, a partir de agora, tudo que eles detinham não detendo em prol de transformar toda aquela vida em simples uso. Foi ai que a maldição travou-se sobre Bombain, todos os pássaros viraram pedras e o pior, não sabiam que eram pedras, e defenderiam a condição de pedras, aqueles que um dia ja foram pássaros. Tudo aquilo era demasiado triste, ver aquilo era quase que como transformar-se em estatua e estar morto também.
Os Bela-Parrachia estressados e perplexos sabiam que aquela era a maldição para aqueles que transformam suas vidas em epílogos, e começaram a gritar sem se preocupar com as pedras e seus pseudo-objetos de uso, CRIEM INTRODUÇÕES, PROLOGOS, VIVA O INICIO , O MEIO E PRINCIPALMENTE O FIM, NÃO O FIM COMO DESFECHO, JAMAIS O FIM
COMO CONCLUSÃO, MAS O FIM COMO A PERCEPÇÃO DO ETERNO ERRO!!!!
Enquanto berravam essas palavras, alguns vomitavam, outros praticavam o onanismo e gozavam, outros simplesmente cuspiam, outros respiravam com vontade e jogavam para fora todo ar velho, o fato era que todos demostravam o novo, todos mostravam o fluido da vida em oposição a estagnação e a reificação que os rochedos trouxeram.
Todos os Bela Parrachia viviam e mesmo que estivessem usando roupas, objetos, livros, eles viam tudo isso como vindo do mundo, melhor dizendo, tudo como participação do mundo e não objetos fragmentados, viam tudo como vindo e ainda presentes na terra, viam tudo como partes de si mesmos, viam a vida, eram ainda pássaros.
Enquanto os Bela-Parrachia viam tudo na vida, as pedras, viam tudo como objetos de uso, viam tudo até mesmo os animais como utilidades, tiravam suas características, tiravam suas vidas, fragmentavam tudo, transformando-os em objetos.

“ Se eu mantive-me inteiro até aqui,
O sonho, o sono, o despertar, não acabou
Aqui então viverei, aqui então morrerei
A energia fluiu, o mar de risos, de gritos,
De raiva, alegria, paixão, amor e ódio
Na noite ensolarada,
Tudo se vive, tudo é da terra,
A terra é de tudo, o cosmos, é tudo,
São de tudo, são de todos, são o tudo.
Somos nós. “

10 – A Raiva e os Sentimentos

Evitam a raiva PRISÃOSem Sentimentos
Tem amor  VIDA Tem raiva
Amor  HARMONIA  Ódio
Tensão  GOZO  Climax, Alivio
Sexo  MAGIARitual da Auto-Destruição

Antagonismos formam sinteses ? Paradoxos naturais ou natureza paradoxal ? Naturezas naturalistas, biopoliteistas ateus do devir?
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A quebra do equilibrio.

Estavamos numa floresta, realmente alegres em nossa caminhada errante escutando o ancião Jung de Miro que contava-nos historias na roda que se formara entre a fogueira e o vinho.
- A muito, muito tempo, existia um povo que não sabia rir, esse povo era dominador, tinham lanças que cuspiam fogo*, guerreiros montados em criaturas rapidas como dragões. Este povo era terrivel, rangiam os dentes de tão angustiados, tinham os braços rigidos e os olhos sem expressão. Tornaram a terra das tribos daquela floresta puro fogo, pura lama, mataram todos animais e faziam panos com a pele desses animais para vestirem-se e mostrarem seu status.
- Eles sabiam matar, eles sabiam dominar, mas nem ao menos sabiam o que eram os sentimentos, a muito ja tinha se perdido disso, sabiam matar, sabiam destruir. Um dia um desses guerreiros insensíveis encontrou um menino Bela-Parrachiano e perguntou : Onde estão os guerreiros Parrachianos? Enquanto olhava tenso para todos os lados e suas mãos suavam rígidas como pedras segurando a lança que cospe
fogo.
- Eles estão como de custume brincando, tomando chá, vinho, fumando, fazendo sexo, dançando ou caçando, aqui tudo é alegria e tristeza, todos os sentimentos fazem parte de nossa vida, sabemos que negar um sentimento é negar a todos, mas porque deseja saber? Deseja se divertir conosco? Venha, venha! O garoto que antes fazia malabarismo então deu as três maças que segurava ao guerreiro e disse: "venha brinque comigo."
Nesse momento o mundo parou, o guerreiro olhou com os olhos lacrimejando, parecia que toda aquela sua defesa, toda aquela barreira que o impedia de comunicar-lhe com o mundo havia sido quebrada ali, por um simples menino, por simples bolas de malabarismo. O céu refletiu o pranto e a chuva jorrou, jorrou tão bela quanto a inocência daquele menino que transformara uma lagarta em uma borboleta. O guerreiro então lhe disse:
- Por favor menino, seja meu mestre, ensine-me a sentir novamente, isso é a melhor coisa que poderia ter me acontecido, não quero mais viver a austeridade, deixe-me tornar um Bela-Parrachia.
Deve aprender então a raiva, pois a tristeza é tão linda como a alegria, o que sente dos que fizeram de tua vida uma prisão? O que sente com relação a aqueles que matam e destroem todos os sentimentos, todos os povos que destroem a harmonia com a natureza, pois se alienam da vida, o que sente?
Uma fúria incontrolavel tomou conta do guerreiro que começou a chutar uma arvore ao lado e soca-la, seu choro não caia mais do céu e sim de seus olhos, a vida pela primeira vez transpareceu para o guerreiro que gritou :
- O QUE ERA A ORDEM QUE ME IMPUNHAM ? NÃO ERA PODRIDÃO E MORALISMO LASTIMAVEL ? ME DERAM A MORTE E FALARAM QUE ERA VIDA, HOJE OS ÓDEIO!
O guerreiro então sentou-se e começou a meditar, meditava não interiorizando o ódio e sim exteriorizando-se e entrando em contato com o mundo real, tornava-se ali parte da natureza, tornara-se ali um Bela-Parrachia.
Após o ódio o guerreiro pode compreender também o amor, pode compreender todos os sentimentos que a vida traz, pode compreender a própria vida. O guerreiro então agradeceu muito o menino e partiu com sua missão de trazer de volta a vida para seu povo natal. Reza a lenda que ele conseguiu, e todo seu povo hoje vive em montanhas
isolados em contato com os animais e a floresta.

* Acho que aqui fica claro a clarividência e os deja-vus dos Bela-Parrachia, indo alem, fica claro a superação do tempo pela psique Parrachiana.

11 – A Família Parrachiana e a Guerra da Doença Contra a Natureza

“A família, tão consagrada instituição, tão famigerada relíquia, passando tradições, contradizendo emoções, limitando relações.” Lyn Myhn. 37 d.l (depois de Lyn)

Morte!!! Pecadores!!!!! Gritava enfurecida uma multidão de religiosos que corriam atrás dos Bela-Parrachia... Tudo começou quando os Bela-Parrachia resolveram acampar um tempo, bem próximo a uma cidade religiosa, a grande questão que gerou o conflito entre esses dois povos, foi justamente a questão sexual e familiar.
A família Parrachiana não continha os padrões monogamicos, rígidos, culturalmente tradicionais assim como os desse povo “religioso”, mesmo porque o Deus da religião que condenara os Bela-Parrachia era um Deus assexuado (e a sexualidade para aquele povo se resumia a procriação), e os deuses e deusas Bela-Parrachianos, sempre morrendo e dando lugar a outros (ou não) eram em grande parte altamente sexuados e altamente diversos, entre eles existiam deuses (e Deuses) assexuados, poligamicos, monogamicos, heterossexuais, bissexuais, etc..(entre eles animais, Deusas, deuses que não eram seres, energias...), poderia-se até considerar que toda a natureza era a
deusa desse povo.
Dessa forma a família Parrachiana não existia como fragmentação social, existia como totalidade popular e natural. Se formos considerar uma família Parrachiana, deveríamos considerar todos os adultos como pais e todas mulheres como mães, as crianças recebiam educação de todos, principalmente dos mais velhos, assim como muitas tribos indígenas que foram influenciadas místicamente e atemporalmente pelos Bela-Parrachia.
Após a ardida fuga do povo Parrachiano pelas florestas de Swe’rohw, o povo Parrachiano ainda estava confuso sobre o que aconteceu e conversavam sobre o fato :
Kohn Hu : “ Perigo, incompreensão do amigo, então apontou uma arvore caída sobre diversas plantas (a arvore tivera matado as plantas).”
O que devemos fazer? Lutar ou fugir? A terra deveria ser de todos, mais eles a tomaram, nos atacaram simplesmente porque alguns de nós faziam sexo no meio da praça, que fica no nosso próprio acampamento.
Von Darsê : "Kohn Hu, a praça não é nossa, é deles e de todos, eles querem nos impor suas leis, eles querem nos impor suas tradições, acusaste-os de derrubar arvores sobre plantas, inferiste-nos de uma pequenez ilusória. Eu compreendo que eles dominam o seu próprio povo através de sua família e de suas leis, mas escute-me, nos não somos libertadores, os maiores libertadores sempre foram os maiores opressores, se querem acabar com o domínio devem fazer isso com as próprias asas, se aquela febre patológica voltar a nos assombrar, nos defenderemos com nossos remédios."

“ A prisão da família,
sentida na pele,
sentida a ferida.
Os olhos brilhavam,
enquanto descobria a vida,
Mais tudo aquilo lhe foi negado,
o mundo lhe foi roubado
Pobre garoto,
que hoje esconde o que quer,
Descobriu a felicidade na família Parrachiana,
Descobriu a liberdade,
descobriu a amizade,
Descobriu que tudo é de todos,
e todos são o tudo,
Descobriu que tudo é parte,
Daquela maravilha,
que se chama mundo.”
Kohn Hu, 23 d.k

12 – A Maldição que Salvou Vidas. (diário de Von Darse)

Escuto um esporro, mas não aguço minha neurose, entro em contato com o silencio esperando a cada vão o respaldo das ondas de som, que adentrariam meu ouvido caso fosse necessário. Meu ouvido como o de uma águia capta a maldição, alguém, algo, teria nos amaldiçoado, eu ainda não pude saber o porque, ainda não pude prever e prevenir, só sabia que meu povo estava doente.
Porque? perguntava a Deusa Éris, porque teriam os Deuses cometido tal ato? xinguei-os, não pude evitar, não importava, estaria selado nosso destino? Seria esse o grande fim que nós aguardava? Não podia acreditar, comecei a chorar diante da chuva que completava o clima de instabilidade, a chuva caia como que me corroendo, era tão acida, era o reflexo de minha dor.
- Ei, Porque choras meu jovem? – Perguntou um senhor que passava.
- Não posso evitar, meu povo está doente, grande parte esta com perigo real de vida, só o que fazem é ler, comer e dormir, mal conseguem se locomover. Nosso povo sempre foi andarilho, sempre foi atlético e nunca nenhuma doença nos assombrou com tal intensidade. – respondi com voz mórbida
- Então o que estás fazendo a chorar? Procuraste a cura pro teu choro e de teu povo? Nenhum Deus comanda nada, olhe para natureza, observe como ela se locomove, Gaia*, é assim que a chamamos em minha terra. – disse-me o velho que tinha os olhos indiscritivelmente profundos.
- Você tem toda razão, muito obrigado.
Agradeci-o e parti rapidamente com uma parte do grupo que ainda não estava doente a procura de cura, mas o mais interessante foi observar que quem descobriu a cura para doença foram os próprios doentes que estavam a ler bastante, como única atividade que eles poderiam realizar.
Depois de uma pequena busca podemos encontrar os remédios para os doentes e cura-los, e incrivelmente saímos daquela “maldição” vigorosamente mais fortes, a nossa informação havia crescido, conhecíamos agora melhor as curas e as próprias doenças e felizmente não houve preços para isso. Jamais pagaríamos um preço alto para nós
trazer tais informações, ou tecnologias, como as pedras as chamam, jamais seriamos cruéis como as pedras de sacrificar vidas por tais tecnologias, mesmo porque estas nos trazem informação, o que é bom, porem não nos trazem o mais importante, que é a felicidade e harmonia de nosso povo.
Mais tarde só que Von Darsê** foi saber que o velho que lhe falará era o famoso e hermético Dan Ki Chopper***, um santo ateu que grassava pelas cidades mostrando o mundo para os que se atolam em metafísicas e esquecem de viver.

* - Aqui fica claro de onde surgiram as teorias de Gaia que só hoje são reconhecidas, iniciadas com o mestre Dan Ki Chopper
** - Novamente Von Darsê usa seu nome em terceira pessoa.
*** - Dan Ki Chopper alem de santo ateu foi o criador de uma técnica oriental de concentração que é utilizada até hoje.

13 – O Mapa da Felicidade (diário de Kohn Hu)

Onde está ela que todos procuram? Onde está a Deusa, o mar, a luz e a razão da vida? Onde está a felicidade?
O céu caiu sobre as flores que murcharam, o céu se abriu e as flores levantaram, onde está a felicidade? Onde está a felicidade? No levantar da pétala? Ou no murchar da dádiva colorida da Deusa?
Resplandece-me os olhos tanto a morte quanto a vida, tanto o inicio como o final e igualmente o decurso. Onde desses itens estará a felicidade? Em si mesmo, na alma ou na sociedade, no barco ou na viagem? No mar ou na terra? Na certeza ou na duvida?
Resolvi perguntar ao mestre Von Darsê onde poderia encontrar a felicidade, e se eu fosse ajudar as pessoas a encontra-la, para onde eu deveria apontar.
- Von Darsê, preciso de uma resposta, onde posso encontrar a felicidade?
Perguntei-o
- Estais triste? Não encontrastes vossa musa?
- Não. Estou feliz, sei que me tornei feliz quando vim pra ca, antes eu era muito triste, então a felicidade se encontra onde vivemos e como vivemos?
- Talvez, o que achas?
- Não sei ao certo, porque apesar dos pesares em minha antiga terra haviam pessoas felizes, é realmente muito estranho, existem pessoas felizes em tantos lugares. Na minha antiga terra sempre diziam que felicidade era encontrada na raiz do coqueiro, mais eu nunca vi felicidade ali, na raiz do coqueiro. Porventura eu a encontrei nos
cocos e não na raiz do coqueiro. Sinto-me confuso, acho que a felicidade não está em nenhum lugar definido e sim onde cada pessoa possa encontra-la de acordo com sua formação histórica e intelectual.
- Talvez, vossa opinião é sabia, assim como a verdade não é una, a felicidade pode encontrar-se tanto no raiz do coqueiro, como no próprio coco, na queda do coqueiro, e mesmo a própria tristeza pode encontrar-se nos mesmos lugares que a felicidade. Porem é necessário dizer-vos que existem coisas que podem trazer doenças e limitar ou
mesmo destruir qualquer possibilidade de felicidade. Não deveis deixar de lado vossas necessidades e as de teu corpo, porque tua religião ou tua política te prendem, isso se queres ser feliz. Não devemos colocar a felicidade num pilar e criar teorias para alcança-la, devemos vive-la.
E assim disse Von Darsê, influenciado pelo espírito místico de Ninguém, espírito esse que influenciou muito os Bela-Parrachia. Mais não vou me adentrar nesse sacro santo nesse momento. Eu pude compreender a felicidade, que tantos procuraram sem querer encontrar. Muitos da minha antiga cidade diziam procura-la mais estavam a todo tempo se punindo, como querer encontrar a felicidade na punição, na dor e na amargura? A doença ja defecara naquele local, e seu povo esta doente demais para perceber “a praga”.

“A felicidade do velho coelho,
Jamais se traduziu em palavras
Era vista em gestos, doces lagrimas
Que caiam, subindo ao céu
A doença, a praga não lhe acometera
A sua cachoeira não era paralisia,
Era fluxo, vida, nunca hipocondria
A própria vida era felicidade, e tristeza
O mundo inteiro era sua vaidade
Que se entrelaçava nas arvores da verdade
Não tinha lar, não tinha medo,
Tudo era teu, nunca em segredo
Teus muitos filhos brincavam
Teus e de todo povo
O sol brilhava
Também a lua,
Na floresta o povo sentia,
Amor”
Kohn Hu

14 – A Vida dos Gansos e o Culto ao Lúdico

A vida dos gansos Parrachianos “sempre” foi a marca do júbilo e do culto ao lúdico, e por isso, talvez, as árduas críticas por povos que “necessitavam” (ou simplesmente queriam) que o trabalho fosse cultuado e mistificado como algo sagrado, nobre, onde invertiam as relações de dominação teoricamente. A realidade desses povos contudo como ja lhes disse, é exatamente o inverso, o proprietário que não trabalha (ou trabalha menos, superficialmente..) é o nobre, ja o camponês que trabalha arduamente acometido pela peste trabalhista é o pobre e o escravo.
Os gansos Parrachianos então renegavam o trabalho trabalhando, a questão para eles era, o que é o trabalho? Se o trabalho é obrigação, se trabalho é imposição, se o trabalho é chatice, se teu trabalho é usado contra ti ou roubado de ti, se o trabalho é evolução para os donos do poder, devemos amaldiçoa-lo, abomina-lo, destrui-lo, agora se teu trabalho é diversão, felicidade, superação, evolução, mobilidade, expressão e mesmo tristeza pode-se ou mesmo deve-se ama-lo.
A vida dos gansos Parrachianos era lotada de diversões, entre elas um jogo onde usavam uma bola e com os pés devia-se ludibriar o adversário*, esse jogo cabalístico foi inventado por um ganso Parrachiano chamado Ganso Goiano ou G.G.Elder, essas diversões tinham fim em si próprias contudo eram também rituais místicos.
O trabalho para eles não era “trabalho” pois detinha essa conotação de diversão, alegria, brincadeira, etc.. portanto mesmo quando procurando, produzindo coisas essenciais os gansos Parrachianos faziam jogos, por exemplo : quando tinham que caçar disputavam quem conseguiria abater primeiro um animal, então iam se divertindo.
Na sociedade dos gansos Parrachianos não existia propriedade, era como um anarquismo primitivo, ressaltando novamente que nada era trocado, vendido, negociado, usado, tudo era vivido e pertencia a todos, não porque tudo era distribuído e sim porque tudo era da natureza, mesmo o modificado pelo homem era em essência natural, assim como os próprios homens, portanto tudo era de todos mesmo sem haver uma conceituação disso.
No errantismo Parrachiano não havia lugar para lideres, somente em casos de guerra ou real perigo de sobrevivência, como pragas os mais sábios ou mais velhos assumiam uma postura de organização ou coordenação da comunidade Parrachiana e assim que a guerra, ou peste sumissem esses “lideres” eram depostos e assim vivam os gansos Parrachianos e assim Parrachiavam os gansos vividos.

“Livros a ler, trabalho a fazer, diversão a acometer, vida a decorrer, Saúde a vencer, mente a voar, pássaros a cantar, arvores a viver, morrer, respirar, sementes a brotar, bebes a nascer e verdades a transgredir”

* - essa prática foi fulminar no futebol moderno.

15 – Sobre o Suicídio Místico

Trevas, escuridão, as gramas submersas na água escura naquele pequeno alagamento, apenas uma planta tinha força para se manter em pé e em estado deplorável, se antes tivesse morrido a desgraçada. O que fazia de pé? Deveria ter morrido, faz parte do fluxo da vida, faz parte da própria existência.
A verdade absoluta sempre foi vista como desgraça para os Parrachianos, isso não é segredo para ninguém, simplesmente é vista com desdém. A planta velha que não morre, deve morrer, deve deixar que as novas plantas triunfem, deveria permitir sempre a renovação.
Começou a estranha história num árduo dia de chuva, nos primórdios Parrachianos, uma tempestade terrível atolará tanto os pés quanto a mente de alguns Bela-Parrachia. Em todo esse “caos” na tribo, alguns Parrachianos resolveram “tomar conta da situação” e começaram a criar mitos e autoridades, começaram a resplandecerem-se como
salvadores.
Observando abertamente a situação, diversos Parrachianos entre eles Von Darsê, Jung de Miro, Kohn-Hu, entre outros resolveram intervir e chamaram todos os Parrachianos e demonstraram o fato, os próprios suspeitos concordaram com a suspeita e admitiram estar fazendo aquilo. Deveria a comunidade chegar a uma conclusão de como combater
o vicio do narcisismo, a exaltação do nome, o desejo de entrar para história Parrachiana.
Essa situação incrivelmente foi tomar um rumo bem parecido com o ritual de autodestruição, incrivelmente a superação do narcisismo.
(diário de Von Darsê)
- Andávamos pela floresta de Macatú, Hujará (um dos “narcisistas”), Jung de Miro e eu, estávamos a procura de respostas, tanto mentais quanto da resolução dos problemas da enchente. Espreitando a escuridão e o medo escuto um berro :
AREIA MOVEDIÇA, CUIDADO!!
Afastei-me e olhei com cuidado, era Hujará, com sua face pálida, encolhia-se como um verme com um terrível medo da situação, contudo, quando fomos ajuda-lo nos disse com árduas palavras
– deixe-me, irei me libertar sozinho – eu via o estopim da situação, o narcisismo
máximo, o limiar entre o narcisismo e a separação do mundo, a angustia pura.
- Deixe-nos ajuda-lo Hujará, de que vale todo essa egolatria? Não é isso imundice e pequenez? O grande homem se faz na vida e não precisa deixar marcas, não precisa de monumentos, ele é grande, ele foi grande, não precisa e nem quer provar isso a ninguém.
Hujará nos escutou e sorriu, ajudem-me gritou o homem, gritou o menino, gritou o idoso, não importa a idade, Hujará foi sabiamente inocente. Nos o ajudamos, ele saiu da areia movediça... e começamos a refletir juntos sobre o que tinha acontecido.
- Como podemos acabar com esse narcisismo? Alias, como podemos diminui-lo? Como podemos fazer que as pessoas queiram crescer por elas, e não para um futuro ilusório, e não só para “imortalizar-se” – perguntou Jung de Miro
- Qual o mecanismo que as permite tal vontade de “imortalizar-se” – perguntei-os e a resposta veio dos dois ao mesmo tempo.
- É o nome, responderam confusos
- Então ai está, derrubem o nome e estarão derrubando também a identidade imortal, a autoridade, o ídolo e o estigmatizado.
- Mais não estaremos deixando assim de sermos nos mesmos? argumentou sabiamente Hujará
- Você é seu nome ou você é o que vive? Você é palavra ou você é mundo? Respondi-o
- Tem razão Darsê, mais o nome facilita a comunicação, talvez fosse mais sábio a troca após um tempo.
- Sabia opinião, estou de acordo.
Então voltamos a aldeia e discutimos com as pessoas da tribo e no final todos concordaram com a idéia, conversamos bastante, tomando muito chá, comendo maças, dançando, gritando, rindo...tudo era motivo de festa para nós, a vida era festa, a tristeza era festa, o amor é lindo, o ódio necessário, então após a nossa esplendida
confraternização juntamo-nos e mudamos de nome, simplesmente assim.
Neste momento então o céu abriu, o chuva parou, a volúpia tomou conta de todos, era lindo, as gotas de água caiam lentamente das plantas refletindo os sorrisos das pessoas, o arco-íris surgiu e resplandeceu as lagrimas que corriam o rosto de alguns, era O NOVO NASCER DA VIDA, um segundo parto, uma segunda vida, e desde então fazemos o suicídio místico de tempos em tempos.

16- Epilogo ( Diário de Von Darsê )

Importa-se? É tudo isso verossímil? Meu diário uma farsa? Nossa seita uma ameaça? Um mito, um santo, um Deus, um pranto? Sim, talvez seja tudo uma mentira, importa-se? Exporta-se? Não importa se sua verdade é real, ou uma ilusão, uma mentira. Nos continuamos a existir, na mente de quem for demente, o louco gênio que não pode ser compreendido por quem não se sublevar contra a normalidade, o homo normallis, a autoridade, o rei, o papa, a mitologia.
Iremos continuar por ai a fora, matando deuses, criando mitos, construindo alicerces e os quebrando, continuaremos a jornada da vida, evoluindo, desiludindo, disseminando o fogo e a chuva.
Importa-se? Exporta-se?
Ao seu lado estará um Bela-Parrachia, ao teu lado estará a vida e a morte, sem medo, com medo, sentindo a vida mesmo que com dor, com coragem. Daqui a 1800 anos, estarei ao teu lado para destruir a ordem, causar o caos harmônico, estarei ao teu lado para trazer o novo, o devir, porque? Porque nos somos imortais. Porque a Deusa Éris está ao nosso lado, porque Jesus ja foi um de nossos guias porém ja o quebramos, melhor, ja quebramos parte de suas idéias, ja não está mais entre nós. E você homo normallis, importa-se? Teu trieb* está morto, da demasiado valor a mentira, a falsidade e a irracionalidade, está é a sociedade que estais a criar, o aviso ja foi dado pelos Deuses, pelos Gansos, a natureza ja se rebela contra ti, um segundo mais, um segundo mais, o tempo gira e você não muda, gira, gira, gira, gira, gira.
Mate-se homem, mate-se mulher, crie um pouco de esperança, VA LER, VA VIVER, CANTE, DANÇE, não tenha medo dos outros, não tenha medo do Outro. Sente-se e medite, sente-se e suicide-se, viva uma nova vida, seja outra pessoa. SEJA VOCÊ!

“ revivere, revigorum semper”
* Trieb – Instinto

Tradução e Seleção de textos: Fernando R.