som! som.. som? som!
ah! tem que escrever no teclado... foi mal tio...
yo!
bom só para marcar minha primeira postagem nesse blog foderístico,
quero me apresentar:
soy mister cachaça,
moro no rio de janeiro, santa teresa
tenho alguns anos e muuitos nomes
sou discordiano a uns 23 meses
faço parte da Kb.D.D.D.E.S. - Kabala dos Dois Discordianos Discordantes Entre Sí
sei lá, leio este blog a muito tempo (tanto esse quanto vários outros), mas só agora comecei a comentar e tudo mais
e venho trazendo algumas ideias
que postarei em breve
!oy
até lá
00AG9603 LinKaonia
KSTXI Dataplex
Know more, Understand less
KSTXI Reality Glitch Hack Post-Neoist Meta-Discordian Hyper-Surrealist Galdruxian Tudismocroned Bulldada Network ::: art, anti-art, post-art, `pataphysics, absurdism, discordianism, concordianism, meta-discordianism, realism, surrealism, hyper-surrealism, neoism, anti-neoism, post-neoism, anythingism, etc..
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“Everyone carries a piece of the puzzle. Nobody comes into your life by mere coincidence. Trust your instincts. Do the unexpected. Find THE OTHERS”
– Dr Timothy Leary
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“Welcome to the most ancient conspiracy on the planet. We’ve gone for so long now that we don’t remember what we were doing, but we don’t want to stop because we have nothing better to do.” - Fire Elemental
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"Stick apart is more fun when we do it together." - St. Mae
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20.3.08
Alôô! Testandoo...
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erisianismo,
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19.3.08
Jogos discordianos
Ahoy!
Em conversa com o Rev. Cachaça, ele me revelou que está tentando organizar um jogo de tabuleiro discordiano, pelo o que eu entendi, um cruzamento entre Banco Imobiliário e Jogo da Vida.
Isso me deu várias idéias pra jogos, inclusive um super-trunfo de deuses...
E daí surgiu a idéia de fazer um CONCURSO DE JOGOS DISCORDIANOS.
Surgiu a idéia de cada um contribuir com 5 reais e como prêmio levar um Pricipia Discordia original, de capinha amarela e tudo!
Que acham?
UPDATE GANSIANO IMPORTANTE DE TIMÓTEO PINTO - 24/03
yo!
aqui nesse tópico do fórum 1001 gatos de Cheshire estão sendo expostas idéias fodásticas de jogos
oy!
Em conversa com o Rev. Cachaça, ele me revelou que está tentando organizar um jogo de tabuleiro discordiano, pelo o que eu entendi, um cruzamento entre Banco Imobiliário e Jogo da Vida.
Isso me deu várias idéias pra jogos, inclusive um super-trunfo de deuses...
E daí surgiu a idéia de fazer um CONCURSO DE JOGOS DISCORDIANOS.
Surgiu a idéia de cada um contribuir com 5 reais e como prêmio levar um Pricipia Discordia original, de capinha amarela e tudo!
Que acham?
UPDATE GANSIANO IMPORTANTE DE TIMÓTEO PINTO - 24/03
yo!
aqui nesse tópico do fórum 1001 gatos de Cheshire estão sendo expostas idéias fodásticas de jogos
oy!
17.3.08
PRIMEIRA IGREJA AMALGAMADA MULTIDIMENSIONAL
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A PRIMEIRA IGREJA AMALGAMADA MULTIDIMENSIONAL DO BRASIL (PIA) é um projeto que visa reunir em uma só todas as religiões e cultos "que existiram, existem, e virão a existir nesta e em qualquer outra dimensão, realidade, plano de existência, composição, materialidade, ou anti-materialidade".
A idéia deriva originalmente da série animada Futurama, de Matt Groening, e foi re-imaginada diversas vezes. Ou seja, pode ser ou não que seja uma idéia original por si só.
O objetivo é produzir escrituras sagradas de cunho multi-teológico, abordando o máximo de visões religiosamente aplicadas possível.
http://igrejaamalgamada.blogspot.com/
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A PRIMEIRA IGREJA AMALGAMADA MULTIDIMENSIONAL DO BRASIL (PIA) é um projeto que visa reunir em uma só todas as religiões e cultos "que existiram, existem, e virão a existir nesta e em qualquer outra dimensão, realidade, plano de existência, composição, materialidade, ou anti-materialidade".
A idéia deriva originalmente da série animada Futurama, de Matt Groening, e foi re-imaginada diversas vezes. Ou seja, pode ser ou não que seja uma idéia original por si só.
O objetivo é produzir escrituras sagradas de cunho multi-teológico, abordando o máximo de visões religiosamente aplicadas possível.
http://igrejaamalgamada.blogspot.com/
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PRIMEIRA IGREJA AMALGAMADA MULTIDIMENSIONAL
13.3.08
Sobre Lokismo
por M.A.R. Tio e Papa Duubhglas Juarezzz
O Lokismo é um braço do Discordianismo… Esse braço Éris arrancou de Shiva, que tinha braço sobrando.
Loki é um Deus que ficou muito tempo sem função, sem ter o que fazer. Séculos e mais séculos. Éris, que não é boba (mas as vezes se finge só pra zoar), se lembrou de Loki e o recrutou (de alguma maneira que eu ainda não sei) para a operação da expansão do fnord. Loki não tinha como ficar maaais feliz.
Talvez ele nem tenha ficado tanto tempo parado não… Éris domina o tempo-espaço, ela pode ter trazido ele direto da sua aposentadoria forçada (descrença de quem cria) pro presente ou pra um passado próximo para um treinamento (alguns eventos importantes non-sense da humanidade podem ser frutos desse treinamento). Mas hoje em dia ele já foi “efetivado”.
Acredita-se que Loki, antes de reassumir seu papel de deus das travessuras, confusões e brincadeiras, tentou ser Deus de várias outras coisas. Tentou ser o deus das tesouras sem ponta, deus do feriado na quarta-feira, deus dos palíndromos, deus da tlipsosis (uma parafilia que consiste na excitação em beliscar outra pessoa), mas ele ficou um tempão mesmo sendo deus das palavras ao contrário. Ou, como ele gostava de dizer “Oirártnoc oa sarvalap sad sued”. Tudo que ele via escrito ele invertia. Tudo que alguém falava ele repetia ao contrário. E isso virou um cacuete. Ele não se sentiu incomodado, mas desistiu quando parou de pegar mulher por causa disso. De vez em quando ele ainda repete o vício. Ele estava no fundo do poço e virou funcionário público. Dizem que foi por volta dessa época que Éris recrutou Loki. Dizem.
Cooonta uma lenda que ele pregou uma peça em Onan. Toda vez que Onan se olha no espelho, ele reduz seu tamanho pra dimensões microscópicas por alguns segundos, por que Onan ao contrário é “Nano”, e Loki se amarra em trocadilhos. Cooonta uma lenda.
Sem sombra de dúvida, se churros com doce de leite tem um deus, esse deus é Loki. Pode ser que Éris tenha achado Loki perdido quando ela foi comer seu cachorro-quente… Do lado tinha uma barraquinha de churros com doce de leite.
O Lokismo é um braço do Discordianismo… Esse braço Éris arrancou de Shiva, que tinha braço sobrando.
Loki é um Deus que ficou muito tempo sem função, sem ter o que fazer. Séculos e mais séculos. Éris, que não é boba (mas as vezes se finge só pra zoar), se lembrou de Loki e o recrutou (de alguma maneira que eu ainda não sei) para a operação da expansão do fnord. Loki não tinha como ficar maaais feliz.
Talvez ele nem tenha ficado tanto tempo parado não… Éris domina o tempo-espaço, ela pode ter trazido ele direto da sua aposentadoria forçada (descrença de quem cria) pro presente ou pra um passado próximo para um treinamento (alguns eventos importantes non-sense da humanidade podem ser frutos desse treinamento). Mas hoje em dia ele já foi “efetivado”.
Acredita-se que Loki, antes de reassumir seu papel de deus das travessuras, confusões e brincadeiras, tentou ser Deus de várias outras coisas. Tentou ser o deus das tesouras sem ponta, deus do feriado na quarta-feira, deus dos palíndromos, deus da tlipsosis (uma parafilia que consiste na excitação em beliscar outra pessoa), mas ele ficou um tempão mesmo sendo deus das palavras ao contrário. Ou, como ele gostava de dizer “Oirártnoc oa sarvalap sad sued”. Tudo que ele via escrito ele invertia. Tudo que alguém falava ele repetia ao contrário. E isso virou um cacuete. Ele não se sentiu incomodado, mas desistiu quando parou de pegar mulher por causa disso. De vez em quando ele ainda repete o vício. Ele estava no fundo do poço e virou funcionário público. Dizem que foi por volta dessa época que Éris recrutou Loki. Dizem.
Cooonta uma lenda que ele pregou uma peça em Onan. Toda vez que Onan se olha no espelho, ele reduz seu tamanho pra dimensões microscópicas por alguns segundos, por que Onan ao contrário é “Nano”, e Loki se amarra em trocadilhos. Cooonta uma lenda.
Sem sombra de dúvida, se churros com doce de leite tem um deus, esse deus é Loki. Pode ser que Éris tenha achado Loki perdido quando ela foi comer seu cachorro-quente… Do lado tinha uma barraquinha de churros com doce de leite.
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5.3.08
Professor: "Moisés agiu sob efeito de alucinógenos"
O profeta Moisés estava sob efeito de poderosos alucinógenos quando desceu o Monte Sinai e apresentou ao povo judeu os Dez Mandamentos, afirma Benny Shanon, professor do Departamento de Psicologia Cognitiva da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Em um artigo provocador publicado esta semana pelo Time and Mind, um jornal dedicado à filosofia, Shanon considera que o consumo de psicotrópicos fazia parte dos rituais religiosos dos judeus mencionados pelo livro do Êxodo na Bíblia.
"Em relação a Moisés no Monte Sinai, trata-se de um acontecimento cósmico sobrenatural no qual não acredito, ou de uma lenda na qual também não creio, ou, e isso é muito provável, de um acontecimento que uniu Moisés e o povo de Israel sob o efeito de alucinógenos", afirmou o professor à rádio pública israelense.
"A Bíblia afirma nesse sentido que 'o povo vê sons' e esse é um fenômeno muito clássico, por exemplo na tradição da América Latina, onde se pode 'ver' a música", acrescentou.
Também mencionou os exemplos da sarça ardente e da Árvore do Conhecimento no Jardim do Éden, indicando que, nos desertos do Sinai egípcio e do Neguev israelense, há ervas e plantas alucinógenas que os beduínos ainda utilizam.
De acordo com o professor Shanon, as sociedades tradicionais xamânicas utilizam alucinógenos em seus ritos religiosos. "Mas essa utilização está submetida a regras muito estritas", explica.
"Fui convidado em 1991 para uma cerimônia religiosa no norte da Amazônia, no Brasil, durante a qual provei um preparado feito com uma planta, a ayahuasca, e tive visões de conotação espiritual e religiosa", acrescentou.
Segundo este pesquisador, os efeitos psicodélicos das bebidas preparadas com a ayahuasca são comparáveis aos produzidos pelas bebidas fabricadas com o córtex da acácia. A Bíblia menciona esta árvore freqüentemente, e sua madeira é parecida com a que foi utilizada para talhar a Arca da Aliança.
fonte: terra
Em um artigo provocador publicado esta semana pelo Time and Mind, um jornal dedicado à filosofia, Shanon considera que o consumo de psicotrópicos fazia parte dos rituais religiosos dos judeus mencionados pelo livro do Êxodo na Bíblia.
"Em relação a Moisés no Monte Sinai, trata-se de um acontecimento cósmico sobrenatural no qual não acredito, ou de uma lenda na qual também não creio, ou, e isso é muito provável, de um acontecimento que uniu Moisés e o povo de Israel sob o efeito de alucinógenos", afirmou o professor à rádio pública israelense.
"A Bíblia afirma nesse sentido que 'o povo vê sons' e esse é um fenômeno muito clássico, por exemplo na tradição da América Latina, onde se pode 'ver' a música", acrescentou.
Também mencionou os exemplos da sarça ardente e da Árvore do Conhecimento no Jardim do Éden, indicando que, nos desertos do Sinai egípcio e do Neguev israelense, há ervas e plantas alucinógenas que os beduínos ainda utilizam.
De acordo com o professor Shanon, as sociedades tradicionais xamânicas utilizam alucinógenos em seus ritos religiosos. "Mas essa utilização está submetida a regras muito estritas", explica.
"Fui convidado em 1991 para uma cerimônia religiosa no norte da Amazônia, no Brasil, durante a qual provei um preparado feito com uma planta, a ayahuasca, e tive visões de conotação espiritual e religiosa", acrescentou.
Segundo este pesquisador, os efeitos psicodélicos das bebidas preparadas com a ayahuasca são comparáveis aos produzidos pelas bebidas fabricadas com o córtex da acácia. A Bíblia menciona esta árvore freqüentemente, e sua madeira é parecida com a que foi utilizada para talhar a Arca da Aliança.
fonte: terra
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Benny Shanon,
Moisés
3.3.08
O incrível caso de Letzen Powell
por Identidade Subaquática
Berna, 1942. Era noite, porque não fazia sol, e conseqüentemente chovia- para cachorro: lembrar Costinha ou Tom Waits. Letzen Powell estava muito nervoso, seria sua ducentésima luta; até então, não havia conquistado vitórias, tampouco derrotas, apenas empates técnicos- certa vez, seu técnico, furioso, subiu ao ring e tentou intervir na luta, fazendo caretas e segurando a toalha de forma obscena ou Wândica; por sorte, era asmático e foi retirado pela garota-de-biquini-que-segura-a-placa, que lhe fez cócegas na testa, portanto, ele não atrapalhou no resultado do combate. O técnico teve um ataque, entrou em coma e passou dois anos e meio respirando com a a juda de aparelhos eletrodomésticos- um liquidificador e uma batedeira chamada Aurora- e balbuciando apenas quatro palavras: “Gostosa”, Biquini”, “Cócegas” e “Quetzalcoatl”.
Letzen iria lutar contra Pee Wee Willoughby, um ex-lenhador que entregou sua vida ao Boxe de Mesa após ter perdido 1/3 do cotovelo esquerdo num acidente com seu machado (de Assis). O ginásio estava lotado, cerca de 12 pessoas, meia-dúzia das quais pagando meia- refiro-me à entrada, porque eram estudantes, não relacionar com meia no sentido erótico-sexual-pervertido; o mesmo é válido para entrada. O público estava tenso, 11 pessoas liam gibis e uma dormia. Pee Wee Willoughby andava de um lado para o outro no ring-de-mesa, tal qual um uma pantera numa bacia
Enquanto isso, não havia aquilo. Por falta de espaço, e levando em consideração a lei da impenetrabilidade. Mas enquanto isso, Letzen rezava diante de um totem que representava figuras de animadores de auditório famosos, e calçava as luvas. Pensava no quanto seria boa uma vitória naquela noite. Numa garçonete chamada Vitória; numa cheerleader chamada Vitória; numa neurologista chamada Vitória; num estivador chamado Vitória; numa esferográfica chamada…
Eis que as luzes do ginásio se apagam e um spot ilumina um copo de cerveja no balcão do bar onde uma mosca nadava crawl. Obviamente, o iluminador errou, foi despedido sumariamente, e substituído pela bilheteira, que tinha fotofobia, e que de óculos escuros lembrava uma vespa. O spot ilumina finalmente o apresentador da luta, um daqueles caras que tem voz de nariz grampeado. O apresentador chama Willoughby, sem necessidade, pois ele já estava no ring há 3 horas. Logo em seguida, o nome de Letzen é anunciado. Letzen encaminha-se espontaneamente para o ring, empurrado por 16 escoteiros que passavam por ali ocasionalmente e que precisavam cumprir uma boa ação.
Letzen foi delicadamente jogado no ring. Suava frio. As gotas de suor transformavam-se em pedras de gelo que, ao tocarem o chão, sumiam. Um cientista que estava na platéia viu essa cena, foi para a casa, e em 15 minutos projetou a primeira geladeira frost free.
Soa o gongo e Willoughby começa a dançar freneticamente, como um Carlinhos de Jesus plugado numa usina nuclear. Letzen pensa “Que fazer? Que fazer?”. De repente, não mais e não menos do que de repente, Letzen ouve uma voz, vinda de algures. A voz perguntou: “Alô, é da farmácia?” Letzen disse: “Não, é da casa da minha avó!”, ao que a voz respondeu “Desculpe, foi engano, eu queria falar com a MINHA avó…” Mas então veio outra voz, que disse a Letzen: “Cordas!” “Cordas?”, perguntou Letzen, e a voz respondeu “Sim, imbecil, cooooooordas, cê-ó-erre-dê-á- ésse!” Uma lâmpada brilhou na cabeça de Letzen. Uma lâmpada econômica, pois era 1942, estávamos em plena guerra e havia escassez de lâmpadas, já que muitas foram convocadas para a infantaria da Resistência Francesa.
Sendo assim, Letzen começou a se jogar nas cordas e a quicar de um lado para o outro do ring. Willoughby tentava acertá-lo, mas só conseguia esmurrar seu próprio queixo e alguns fantasmas que ali estavam.
Um tremor de terra vindo do nada atinge o ginásio e simultaneamente dez metros quadrados da praia de Grumari. O teto abre-se como o Mar Vermelho, e de lá desce um cover de Benito de Paula, que começa a cantar “Amigo do Sol e Amigo da Lua”. Todos param- inclusive os lutadores- para ver a apresentação. O Benito fake é gongado ainda na primeira estrofe pelo espectro de Ary Barroso, que emerge de um saco de pipocas pertencente a um homem vestido com um sobretudo roxo sentado na primeira fila. O bonito cover parte inconsolável do ginásio montado num filhote de elefante inflável, que escapou do vendedor de balões. A luta prossegue. Na décima-oitava vez em que Letzen quicou, Willoughby acertou um jab de esquerda fatal no seu próprio baço, sofrendo um knockdown. Willoughby teve uma convulsão, levitou, imitou Fred Astaire e, por fim, desmaiou. O juiz só contou até 3, porque era péssimo em matemática. Por dois votos a um, Letzen foi considerado campeão do combate. Estava criado o estilo Estilingue do Boxe de Mesa. Nascia um mito: Letzen Powell.
Berna, 1942. Era noite, porque não fazia sol, e conseqüentemente chovia- para cachorro: lembrar Costinha ou Tom Waits. Letzen Powell estava muito nervoso, seria sua ducentésima luta; até então, não havia conquistado vitórias, tampouco derrotas, apenas empates técnicos- certa vez, seu técnico, furioso, subiu ao ring e tentou intervir na luta, fazendo caretas e segurando a toalha de forma obscena ou Wândica; por sorte, era asmático e foi retirado pela garota-de-biquini-que-segura-a-placa, que lhe fez cócegas na testa, portanto, ele não atrapalhou no resultado do combate. O técnico teve um ataque, entrou em coma e passou dois anos e meio respirando com a a juda de aparelhos eletrodomésticos- um liquidificador e uma batedeira chamada Aurora- e balbuciando apenas quatro palavras: “Gostosa”, Biquini”, “Cócegas” e “Quetzalcoatl”.
Letzen iria lutar contra Pee Wee Willoughby, um ex-lenhador que entregou sua vida ao Boxe de Mesa após ter perdido 1/3 do cotovelo esquerdo num acidente com seu machado (de Assis). O ginásio estava lotado, cerca de 12 pessoas, meia-dúzia das quais pagando meia- refiro-me à entrada, porque eram estudantes, não relacionar com meia no sentido erótico-sexual-pervertido; o mesmo é válido para entrada. O público estava tenso, 11 pessoas liam gibis e uma dormia. Pee Wee Willoughby andava de um lado para o outro no ring-de-mesa, tal qual um uma pantera numa bacia
Enquanto isso, não havia aquilo. Por falta de espaço, e levando em consideração a lei da impenetrabilidade. Mas enquanto isso, Letzen rezava diante de um totem que representava figuras de animadores de auditório famosos, e calçava as luvas. Pensava no quanto seria boa uma vitória naquela noite. Numa garçonete chamada Vitória; numa cheerleader chamada Vitória; numa neurologista chamada Vitória; num estivador chamado Vitória; numa esferográfica chamada…
Eis que as luzes do ginásio se apagam e um spot ilumina um copo de cerveja no balcão do bar onde uma mosca nadava crawl. Obviamente, o iluminador errou, foi despedido sumariamente, e substituído pela bilheteira, que tinha fotofobia, e que de óculos escuros lembrava uma vespa. O spot ilumina finalmente o apresentador da luta, um daqueles caras que tem voz de nariz grampeado. O apresentador chama Willoughby, sem necessidade, pois ele já estava no ring há 3 horas. Logo em seguida, o nome de Letzen é anunciado. Letzen encaminha-se espontaneamente para o ring, empurrado por 16 escoteiros que passavam por ali ocasionalmente e que precisavam cumprir uma boa ação.
Letzen foi delicadamente jogado no ring. Suava frio. As gotas de suor transformavam-se em pedras de gelo que, ao tocarem o chão, sumiam. Um cientista que estava na platéia viu essa cena, foi para a casa, e em 15 minutos projetou a primeira geladeira frost free.
Soa o gongo e Willoughby começa a dançar freneticamente, como um Carlinhos de Jesus plugado numa usina nuclear. Letzen pensa “Que fazer? Que fazer?”. De repente, não mais e não menos do que de repente, Letzen ouve uma voz, vinda de algures. A voz perguntou: “Alô, é da farmácia?” Letzen disse: “Não, é da casa da minha avó!”, ao que a voz respondeu “Desculpe, foi engano, eu queria falar com a MINHA avó…” Mas então veio outra voz, que disse a Letzen: “Cordas!” “Cordas?”, perguntou Letzen, e a voz respondeu “Sim, imbecil, cooooooordas, cê-ó-erre-dê-á- ésse!” Uma lâmpada brilhou na cabeça de Letzen. Uma lâmpada econômica, pois era 1942, estávamos em plena guerra e havia escassez de lâmpadas, já que muitas foram convocadas para a infantaria da Resistência Francesa.
Sendo assim, Letzen começou a se jogar nas cordas e a quicar de um lado para o outro do ring. Willoughby tentava acertá-lo, mas só conseguia esmurrar seu próprio queixo e alguns fantasmas que ali estavam.
Um tremor de terra vindo do nada atinge o ginásio e simultaneamente dez metros quadrados da praia de Grumari. O teto abre-se como o Mar Vermelho, e de lá desce um cover de Benito de Paula, que começa a cantar “Amigo do Sol e Amigo da Lua”. Todos param- inclusive os lutadores- para ver a apresentação. O Benito fake é gongado ainda na primeira estrofe pelo espectro de Ary Barroso, que emerge de um saco de pipocas pertencente a um homem vestido com um sobretudo roxo sentado na primeira fila. O bonito cover parte inconsolável do ginásio montado num filhote de elefante inflável, que escapou do vendedor de balões. A luta prossegue. Na décima-oitava vez em que Letzen quicou, Willoughby acertou um jab de esquerda fatal no seu próprio baço, sofrendo um knockdown. Willoughby teve uma convulsão, levitou, imitou Fred Astaire e, por fim, desmaiou. O juiz só contou até 3, porque era péssimo em matemática. Por dois votos a um, Letzen foi considerado campeão do combate. Estava criado o estilo Estilingue do Boxe de Mesa. Nascia um mito: Letzen Powell.
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