Faz alguns dias uma amiga com quem costumo sair escolheu assistir American Sniper; como é quase sempre eu que escolho os filmes, não questionei nada. Eu estava decidida a não reclamar, e não fosse por isso, ia sair do cinema reclamando um monte.
A primeira coisa de voz humana que se ouve no filme é "Allahu Akbar", num contexto que era claramente o chamado de oração muçulmana. Eu sei que os inimigos na história, que o povo do país estrangeiro onde o Sniper estava eram muçulmanos, mas o que isso tem a ver? Nada da história tem a ver com muçulmanos, eles estavam num país ocupado, por isso que queriam atacar os estadunidenses, não era violência sem motivo.
Por falar em motivo, o filme não segue uma sequência lógica de acontecimentos, acho que isso é
As justificativas do Kyle são ainda mais absurdas. O pai dele fala de ovelhas, lobos e pastores, e ensina o filho que ele não deve ser um lobo. Depois ensina o filho a caçar animais indefesos e ele cresce e vira um "caubói", se é assim que se chama aqueles caras que ficam torturando animais num ritual chamado "rodeio".
Por falar em religião, parece que a única religião que o Kyle entende era aquela do rodeio. Ele anda com uma bíblia que nunca lê. Por quê? "Deus, pátria e família".
Enfim, se esse filme tem um mérito é de contar a história da perspectiva do vilão. Pra mim o herói é o Mustafá, que lutava na resistência. Talvez isso explique a menção ao islã, Mustafá não era iraquiano, mas devia estar lá porque se identificava com eles por causa do islã. Já Kyle, é brucomontes covarde, que fica atirando escondido por que não tem coragem de enfrentar de verdade.