Desertorismo

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A descoberta - por Alessio El Ditador

Faz um mês que eu possuía esse tomo em minhas mãos. O encontrei após um E.S.P. (Encontro Social Pagão), nos subterrâneos de um tempo de adoração a Baco. Naquele dia eu estava bêbado de cerveja e pinga e não entendi nada do que estava escrito nele. Mas hoje, exatamente 23 dias depois, estou embriagado de chá e, quando fui pegar um livro da minha mochila, o tomo caiu em minhas mãos e eu o compreendi!

Finalmente as bênçãos de Éris, São Tiby e Onan recaíram sobre mim e não me resta nada mais nada menos que repassar o que venho traduzindo do livro sagrado “PENSO, LOGO D.E.S.I.S.T.O.”, do grande mestre Buda Desertor!

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“Eis que em frente a pixels brilhantes & ululantes a verdade me é revelada! Como não pude fazê-lo antes? Me ajoelho perante ao quadrado verde que mede o tempo & me diz que ele passa-passa-passa sem parar & constato que tempo perdido é tempo útil! Preciso de uma dose de cafeína & outra de nicotina, mesmo tendo prometido a alguém muito importante que não faria isso nos dias inúteis. Em meus sonhos eu previ quem ganhará o programa “My Own” que passará ano que vem. Pena que ano que vem esse programa já terá sido cancelado. Eu sou o Buda conhecido como o Desertor.”

2

“Sai fumaça da minha bebida preto-avermelhada-estimulante-calmante & também sai fumaça achocolata do meu chimbarro, de modo que eu não sei mais qual fumaça vem daonde. O fato de beu dariz estar endubido só difigulda as coisas. Duas irmãs gêmeas iguais porém diferentes falam ao mesmo tempo do meu lado & apesar de isso parecer de suma importância para a coexistência entre o metal & o rap, não consigo entender nada. Espero que o multiverso não acabe amanhã por causa disso.”

3

“Acreditava piamente que On The Road era o início & que Vagabundos Iluminados era o fim. Quão pueril um bodsativa pode ser? Então constato que Kerouac era só um instrumento & percebo que minha jornada está apenas começando. Quão preguiçoso um bodsativa pode ser? Entôo meu koan, pois tenho o controle nas mãos & mais de 230 canais para escolher.”

4

“Hoje a mulher que faz as coisas amassadas parecerem novas por estarem lisas me perguntou o que acho da atuação nosso pedaço de chão na Grande Disputa que define quem é melhor em algo que meus irmãos (que não me lembram em nada) entendem muito mais que eu. Respondi que iria ao local sagrado beber & fumar & meditar & conversar & mijar & dormir & encontrar belos lábios & ela não entendeu nada. Mas sorriu como se tivesse entendido & eu a invejo por isso.”

5

“Finalmente entendi o zen-budismo. O que quer dizer que provavelmente eu não entendi nada. Descobri que 24-1=23. Que 2+3=5. Que 5+2=7. E que 7+1=8. Se você deitar esse texto, entenderá o porquê disso tudo. E não é o que você pensou.”

6

“Pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga-pinga. PLOFT. Quantas cores pode ter uma merda cagada por uma só pessoa? A verdade está nas letras das músicas dos Secos & Molhados.”

7

“O verme passeia na lua cheia! Se o satori é um grande riso, hoje eu me mijei! Lá vou eu pra Kubanacan encontrar a estátua-feia-assustadora-que-sempre-sorri-para-mim para dançarmos entre bruxas & pirilampos & sacis & fadas & anões tecnomantes!”

8

“Com uma missão a cumprir, caminhei pelos caminhos da selva de pedra. Belas ninfas me olharam com desprezo, sem saber que poderia fazer delas as criaturas mais felizes de toda a existência. Sílfides me acariciaram & fizemos amor ali mesmo, sem nos importar com outros ao nosso redor. Vagabundos do Darma & Guardiões das Coisas Alheias me reconheceram & me chamaram por um de meus nomes verdadeiros. Entrei no Grande Templo esperando encontrar Tathagata & ele não estava lá. Falei com a Mãe Bondosa & lhe entreguei o trabalho de toda uma manhã. Ela me desejou boa sorte. Por fim repousei na morada do Grande Inseto Verde, onde abracei seu filho com nome de um rei de Tempos Antigos & o encantei com músicas profanas das Terras do Leste.”

9

“Pensava sobre o número 23 enquanto fazia a Meditação da Trilha quando me vi no Beco Dos Criminosos Que Não Cometem Crimes. Então Barnabás, o cão, avançou sobre mim! Justo eu que era tão bem recebido naquele lugar onde até as crianças me deram um nome! Mas ele avançou mais & mais até me levar ao Portal dos Mortos & lá estava meu Mestre, O Louco, rindo histéricamente & dançando em volta das estrelas. Ele me olhou com seus olhos-que-vêem-tudo-e-além-do-tudo & me disse: ‘23 é um bom número. Através dele chegamos ao 5, que é importante para a Mãe Travessa. Várias coisas são feitas de 5. Até o Sumo-Sacerdote aceitou o 5 como seu número, o que prova que ele é muito mais nosso amigo do que querem fazer parecer. Mas para chegar aonde quer chegar deve subtrair & não somar. Você possui as cartas que barganhou com a Raposa, deveria saber disso.’ Então pegou sua trouxa & foi embora como sempre faz seguido pelo cão como sempre o fez.”

10

“Eram 11 mulheres dos mais variados tipos. Uma negra de longos cabelos cacheados & magra & com uma cintura fina & um sorriso feito de estrelas. Uma ruiva de cabelos curtos & pele clara e peitos pequenos & bunda grande. Uma loira oxigenada emanando tesão dos olhos apontando seus peitos siliconados em minha direção. Uma loira verdadeiramente loira & nua porém tímida com uma borboleta desenhada perto de sua boceta. Uma morena de olhos verdes & corpo de ninfeta & olhar maroto me convidando para brincadeiras sem fim. Uma morena de olhos castanhos com um semblante sério que me acendia desejos de apanhar com a mão fechada. Uma baixinha de cabelos cacheados ligeiramente gordinha que mordia seus lábios como se aquilo fosse a coisa mais importante a ser feita. Uma loira muito alta virada para a parede empinando a bunda em minha direção, me permitindo ver sua boceta totalmente depilada. Uma ruiva de cabelos raspados & piercing no nariz & tribais tomando conta do seu braço fazendo beicinho. Uma loira magra de verdade tapando os seios & o sexo & mesmo assim com o olhar mais tarado de todas. E uma gorda de cabelos negros & lisos & seios abundantes & bunda larga. Todas gritaram juntas ‘ME COMA!’. Eu sem saber em qual me realizar pedi que Onam me guiasse & esporrei em mim mesmo. O pior foi que engravidei & o pai não quer assumir.”

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“O Grande Pai Frio Como o Gelo perguntou a um de meus bikkhus em contato via Umbratel acerca de minha existência & até aonde minha filosofia & ensinamentos são sérios ou não. Pois lhe digo que desisti de ser. Assim como o Tao & o Caos & a Alta Magia & o último dos Kanji do Ninjtsu & o Zen, estou acima das meras definições com palavras, imagens, sons ou qualquer coisa que esteja nesse plano de existência. Por fim, não acredite em nada do que eu digo & escrevo, porque tudo é verdade.”

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“Olhei para os picos prateados apontando arrogantemente para os céus & lamentei não ter olhos de águia para ver as olimpianas se banhando. Foi então que Dharmamega pousou com toda sua maciez & brancura sobre mim & compreendi que até os cegos recebem as bênçãos de Onam.”

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“Chá-de-canela-Secos-&-Molhados-incenso-desconhecido-holywood-vermelho-maçã-de-grife-no-meio-de-nós. Eu & um bikkhu de frente um para o outro tornando o útil inútil & assim sendo útil. Eis que surgem belas ninfas oferecendo prazeres mundanos que foram aceitos, mas tivemos parte de nossos pertences roubados em troca disso & não nos importamos, pois essa é a natureza das ninfas. Fomos à Terra dos Mortos nos despedir de um amigo & lá a Mãe Travessa nos leva até seu domínio sem percebermos & um gato preto maroto & mal-educado nos faz de bobos. Caçamos animais selvagens nas terras do norte, dançamos com luzes coloridas & lutamos como se nossas vidas dependessem disto & mesmo assim fomos derrotados. O caminho de volta foi feito em silêncio & enquanto o bikkhu se entregava à estudos invisíveis, adormeci.”


Depoimentos

1
por Re Tytania

Como todos sabem costumo visitar com certe frequencia o G. V. M. (Grande e Venerável Mestre) Buda Desertor, para colher as pérolas de sabedoria que ele distribui de forma sábia entre todos.

Então, dia desses visitei-o na esperança de tirar uma dúvida.

Chegando ao templo encontro o G. V. M. (Grande e Venerável Mestre) Buda Desertor concentrado em uma de suas poderosas meditações, meditações essas tão profundas que o G. V. M. (Grande e Venerável Mestre) Buda Desertor chega até a roncar...

Delicadamente me aproximei e expus minha dúvida:

G. V. M. (Grande e Venerável Mestre) Buda Desertor se por acaso eu me deparo com dois homens brigando entre sí, o que é mais sábio se fazer nesse momento?

Deixar que os dois terminem a briga e resolvam a disputa entre sí, mesmo se isso resulte em ferimentos ou até morte de uma das partes, ou separá-los e aconcelhar o uso do diálogo e não da violência para resolver a contenda?

Então o G. V. M. (Grande e Venerável Mestre) Buda Desertor suspirou, abriu metade de um olho e resmungou : "Ah mamãe, só mais cinco minutos!!!"

E eu entendi o que deveria fazer!

2
por PR Cananéia

Sentei-me cordialmente numa almofada, diante do mestre que, em silêncio, me ofereceu chá. Permanecemos assim o quanto minha consciência aparentou serem longos instantes. O único ruído que se ouvia era o da faca do mestre cortando suavemente a Maçã Dourada. Por fim, o mestre levantou-se, atirou a maçã cortada em minha face e sussurrou em alto e bom tom, como se tomado por uma violência inconcertante:
-Esse é o seu Lar!- afirmou-me.

O mestre me pediu em sequência que me fixasse nesse núcleo e me concentrasse no que pode vir a ser se tornar o Verme no Núcleo da Maçã Dourada de Éris.
Assentei ambas as mãos ao lado das duas metades caídas, assumi meu posto e com lágrimas desesperadas sorridentemente eu ria...

Fonte: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=15699959

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