Eis uma proposta cotidiana de mindfuck: não é nada grande ou mesmo importante, mas você tem a chance de fazer todo dia; quer dizer, pode vir a ter chance todo dia.
A questão é que se quisermos ter uma sociedade mais crítica, ainda “começando das atitudes menores”, podemos fazer isso diariamente e conciliar isso com a operação:mindfuck – e olha, acho que podemos fazer alguma coisa com essa idéia, de verdade.
A noção é a seguinte: vamos simplesmente apagar a palavra “Deus” da nossa memória. É claro que a deidade de Éris é notória na nossa (des)religião, mas podemos colocá-la como parte II do plano. A primeira parte é literalmente... Esquecer Deus.
(Todas as conversas são fictícias)
- Credo... Falando assim, até parece que não acredita em Deus...
- Acreditar em quem?
- Dã...
- Hã? Não entendi.
- Pff...
E a pessoa deixa pra lá.
Mas talvez, quem sabe outro dia, ela volte a falar nisso...
- Quem?
- Deeeeuuss!! Caramba, tá surdo?
- Não, eu ouvi o que você falou, porra. Mas quem é?
- Hã? Tá ficando maluco?
- Não. Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui e quem é esse tal de Deus? (olhando sério e perplexo).
- Ah, sério cara, você tá me irritando.
- Ah! Essa é boa! Fica aí falando desse cara que eu nem conheço, e agora vem dizer que eu to te irritando? Qual é?
- Ah, cala a boca vai...
Um dia ele embarca na brincadeira.
- Deus, aquele que criou o mundo...
- Aaahh... E onde é que ele tá?
- Ele tá em... Em todo o lugar!! (lembrando que ele tá achando isso brincadeira, e tá se deixando levar por ela).
- Humm... Mas como ele pode fazer isso?
- Porque... Ele pode, ué.
E por aí a coisa vai.
Sacaram? O importante não é fingir que não sabe quem é. O importante é não saber quem é. O importante é jamais deixar o teatro, jamais. Interpretar sempre. Nunca, jamais rir das próprias perguntas desinteressadas – e não ser irônico nelas. É mais ou menos como perguntar de alguém que você não conhece. Deve ser exatamente a mesma coisa que perguntar de alguém que você não conhece.
Pode parecer idiota, mas isso é ou não é afinal de contas mindfuck? Vou reiterar aqui, o negócio não é ficar meia hora pras pessoas acharem engraçado e depois rir junto. É justamente interpretar o tempo todo. Não importa com quem. Aliás, é mais importante atuar com quem você não conhece. Aí é que fica difícil; o mindfuck é efetivo aí, pois as pessoas que te conhecem podem levar isso na brincadeira, de forma que não se deixem afetar por isso ou simplesmente, como já te conhecem, sabem o que isso significa – uma, digamos assim, exteriorização dos pensamentos agnósticos / discordianos mais profundos.
Mas sabe qual é o mais importante? Não é fazer com adultos. O mindfuck vai servir neles; vai mexer um pouco com os mais straight-mind. O importante é fazer com crianças que acreditam em Deus. Aquelas que as mães botam pra rezar antes de dormir. Aí é que é importante.
- Mas você já o viu? (pra criança)
- Bom... Ver eu não viiii... Mas...
- Aaahh!! Então como é que você pode dizer que existe??
- Porque, porque a minha mãe diiisse que ele...
- Aaah... Então pede pra tua mãe mostrar quando você chegar em casa!!
E coisas do gênero.
Mas e se alguém souber do nosso discordianismo e disser: “você não tem Éris? Eu tenho o meu Deus!”
Aí é só falar:
“Aaaaaaahhhhhh...! Então Deus é uma brincadeira também. Ufa. Tava ficando com medo desse cara já...”
ESQUEÇA DEUS
ISTO COMEÇA AGORA!
ESQUEÇA DEUS!
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Esquecer quem mesmo?
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