AKBAR AKBAAAAR!

Meus olhos contemplam a morte congelada, imensuráveis catástrofes em longínquas eras ecoam em minha frente, já não sei onde estou, meus olhos mortais apenas se fixam numa enorme tela. 
Meus olhos separados de meu corpo morto, apenas boiam eternamente em um liquido retido por um vidro esverdeado. 
O que estou fazendo aqui? Quem seria capaz de tal tortura? 
Me indago vidrado na tela, que agora mostrava seres insetóides cavando buracos para fugir de uma explosão. 
As cenas passam, não tenho mais noção do tempo, elas apenas passam e passam, até a tela preta, onde tudo recomeça. 
Não consigo pensar direito, não sei se o telão está em minha frente, se as cenas passam apenas em minha mente, ou se eu sou o telão, ou talvez sou um personagem de tal história trágica. Não sei se estou sonhando, não sei mais o que é não é real. 
Caverna, flash, cidade, flash, igreja, flash, torres, flash, explosões, flash, multidão, flash, cemitério, tssss Tela preta. Flash, caverna, flash... 
Talvez seja isso, consciências abismadas com tal tortura, com a tela, presos na ilusão. Cidade, flash, igreja, flash... Meus olhos contemplam. Torres, Flash... Vidrado. Explosões, flash... O que estou fazendo aqui? Multidão, flash... Não tenho mais noção de tempo. Cemitério, flash...